sexta-feira, 30 de abril de 2010

Desabafo futuro de minha futura esposa

Olha só amor, eu já tentei te dizer, mas tenho medo que se você realmente me ouvir, vá ficar se culpando e fazer sabe-se lá o quê com si mesmo. Eu... eu não sei. E é esse o problema. Você vive me perguntando : "Tem algo errado?" ... Não sei como te dizer. O que há de errado é essa pergunta... você insiste tanto nela, nessa paranóia, que até me contamina. Porque você algumas vezes fica triste e escreve aqueles poemas lindos dizendo que faria tudo por mim, mas que não sabe o que fazer... Só que eu também não sei o que fazer pra te deixar feliz. Entende? Você não é o único que sente dúvidas em relação a um milhão de coisas, isso também me ataca e muito. Por exemplo, quando você vira e diz "Mas pra eu ser feliz, só preciso estar ao seu lado." eu na hora acredito, mas depois começo a duvidar disso. Se você só precisa disso pra ser feliz, porque fica tão decepcionado quando me mostra um poema e eu te digo "ficou bom, querido!" ? Uma vez, em um momento sincero seu, você me confessou que algumas vezes sentia uma certa dependência por elogios... que se não dissessem que o você escrevia tinha valor, você entrava numa depressão, num vazio enorme. E o problema é que você tem essa dependência também por mim, como se eu fosse uma droga. Só que no final das contas, isso sempre faz mais mal do que bem. E eu já não sei se você me ama ou se é obsessão. Não tá muito certo. E cada vez mais, eu sinto medo disso tudo. Algumas vezes você não me parece sincero, você transmite essa impressão, como se soubesse de algo que quer me esconder pra não me magoar. Mas exige que eu sempre divida tudo, perguntando "Tem algo errado?". Eu... queria que as coisas fossem mais simples. Mas você torna tudo tão profundo, tão intricado, tão complicado, que... não sei explicar melhor do que isso. Eu quero tanto acreditar nos seus poemas quando você escreve "Quando tudo dá errado, o inesperado acontece." Mas... não é isso que sinto. Sinto muito.

-x-

Respondendo perguntas antecipadas: First of all, não, isso não é auto-biográfico, isso ainda não me aconteceu. É que uma maneira boba que eu tenho de me auto-criticar é imaginar alguém importante pra mim me criticando. Segundo, não, eu não tenho nenhuma esposa em mente... Só imaginei uma personalidade frágil, do tipo de moça que tenta ser simpática e amistosa mesmo nas mais adversas situações. Terceiro, eu sei que isso pode me acontecer, não com essas palavras exatas, mas com a mesma intenção, porque eu coloquei quase todos meus defeitos ali em cima. Paranóia, insistência, etc... E se eu lesse um desabafo desse de verdade, eu tentaria me defender. Em vão. Porque, óbvio, se eu consegui imaginar algo assim antes, eu sei que quem escreveu teria razão.

Só me resta torcer, eu acho.

"Eu sei, é tudo sem sentido
Quero ter alguém com quem conversar
Alguém que depois
Não use o que eu disse
Contra mim " - trecho de Andrea Doria, da LEGIÃO URBANA.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Extraindo diálogos.

" - Se cada um só cuidasse da sua própria vida - reclamou irritada a Duquesa - o mundo andaria bem melhor e mais depressa.

- O que não seria realmente uma vantagem. - disse Alice, feliz por ter uma oportunidade de mostrar seus conhecimentos - Pense só no que aconteceria com os dias e as noites. Pois, como a senhora sabe, a Terra leva 24 horas pra dar uma volta em seu próprio eixo... Para a ciência, foi um achado...

- Por falar em machado - disse a Duquesa - corte a cabeça dela! "

-x-

PS: Concordo com a Alice.

Pause

No momentum insanus de hoje, bom-dia!

Trago-te duas notícias, vossa senhoria. A primeira, sua falta de foco tá te obrigando a pausar o tiropralua. Mostrando que o título de Lá a sétima do ano vai pra... tam tam tam!: Cantres! Um verdadeiro criador de tensão que não resolve. Um eterno lá a sétima suspenso, uhul! Tomara que você despause isso rápido, senão você acaba desistindo. de novo.

A segunda, é sobre o dotinha. Essa também ganha pause, mas por motivos diferentes. Então, a priori a intenção é despausar ali assim que você participar (ou não) do concurso de contos FC.

De resto, fico com aquela sensação que tenho que colocar a cabeça em ordem. Pra quem não organiza nem o próprio quarto, tentar organizar pensamentos e objetivos é sempre um desafio.

Ou talvez eu só seja maluco mesmo.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Noites ruins

Mini poema ensaio de versos

Que Deus abençoe minha cabeça
Que amanhã eu acorde
E amanhã eu esqueça.

-x-

Três da manhã; tem meia hora que cheguei em casa.
Mãe brigar, nenhuma novidade. Mas quando sua mãe indiretamente dá outro esporro, problema à vista.
Não quero entrar em detalhes. Se eu entrar em detalhes, amanhã vou me arrepender disso. E amanhã eu só quero esquecer do arrependimento que estou sentindo agora. Mas eu conversei com meu pai. Mal conseguia pronunciar as palavras. (bebe, filha da puta. bebe mais) Mas entendi tudo que ele disse.

(e meu irmão quer durmir, reclamando do som das teclas do pc.)

3 da manhã. Eu pensei em tanta coisa em que dizer. (aliás, até um texto em homenagem a você, mostrando o SEU "or something like that" ponto de vista sobre mim.) Mas, agora, deixa o sono pegar. Mariana foi durmir sozinha. Sem entender o que dizia, e o que o pessoal dizia. Ah se ela soubesse.

Uma teoria:
Toda garota que acredita que ao invés de ter amigas, só tem amigos, na verdade, não sabe o que está acontecendo. Não faz a mínima idéia.

Ah se ela soubesse. Ela escolheria entre os extremos de Nunca Mais ou Sempre Mais.

Porra nenhuma, ela não está pronta pra escolha nenhuma.

Aliás, porra nenhuma! (bebe e xinga, filho da puta! bebe mais mesmo!) E por acaso você/eu acha(o) que ela entende de escolhas?

Ela só quer ser feliz, mesmo que ela não saiba o que diabos isso significa.

E que se foda o resto! ( exatamente a mesma mensagem que todo imbecil tatua na mente e todo bandido tatua no braço, depois do "Deus é Fiel".)

E que...

Que o quÊ?

Que eu aprenda com os erros?
Que eu encontre alguém e seja feliz e sincero pelo resto da minha vida?
Que eu satisfaça todos meus desejos?

Algo me diz que não.

E que se foda o resto! E que...

Que o quê?

...

Que eu tenha tudo que quero?

SABE O QUE EU QUERO?

...

Algo me diz que sim. No fundo, você sabe. E só não decidiu se é possível ou não.

E dessa indecisão, eu justifico tudo que bebi. Por mais nada haver que seja. Tem tudo haver, pra mim.

(ou você já me disse que não, já gritou que não, implorou que não. E eu não te xinguei porque sou um cara legal. ou finjo que sou. ou whatever.)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Atendendo pedidos.

First of all!

Dei uma atualizada no "DoTA! DoTA! DoTA! - Continuação." Não mexi na história, só mudei algumas descrições pra ficar mais fácil de entender pra quem não joga dota, e até pra ficar mais fácil de entender pra quem joga. Por exemplo, coloquei agora uma descrição da Scourge, expliquei o ulti da Venge, adicionei algumas descrições pras "animações de ataque" e coloquei algumas descrições focadas somente nas sensações da rylai... pra deixar mais realista, ou envolvente. Já tô matutando (matutando! se você se chama gogó e leu errado, adicionando um s, um r e um b pra palavra, parabéns, você é um pervertido!) a parte três na cabeça, mas antes quero colocar outro capítulo no tiro pra lua.

Enfim... vou atender um pedido (aliás, cá entre nós, estranho pedido dessa moça!) e colocar um poema de 2009 aqui. O poema poderia ser adaptado pra um soneto, mas acho que correria o risco de decepar os versos finais, que significam bastante (pelo menos pra mim) e eu ainda não parei pra quebrar a cabeça com isso. Se alguém quiser tentar fazer isso por mim, pode fazer, vai ser muito bem-vindo, mas tenta conservar os versos finais vivos.

-x-

A estátua

A estátua da liberdade
Pra mim é mal elaborada!
A liberdade que conheço
É sensual e ousada

E carrega consigo prazer
Ao invés de um livro
E se estátua fosse livre
Ao invés de usar vestido

Estaria numa mini-saia
E com um sorriso maldoso
De quem vai aprontar
E aprontar com gosto!

Porque com uma torcha
Ela pode guiar ou incendiar
E a liberdade faz o que gosta
Ao invés de ficar parada
Sempre no mesmo lugar

-x-

PS: o comecinho "a estátua da liberdade/ pra mim é mal elaborada" era pra ser "a estátua da liberdade/ pra mim é mal nomeada"... mas acho que elaborada era mais impactante que nomeada, por isso deixei o elaborada mesmo. Mas no nomeada faria mais sentido, seria tipo uma crítica justa de bebedor num boteco.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Um truque do lobo.

O que você faz, quando precisa analisar uma situação, julgá-la e tomar uma decisão, sabendo que nenhuma outra pessoa pode intervir nessa decisão, mas ao mesmo tempo, tem a impressão que não pode analisar e julgar essa situação sozinho porque não seria imparcial?

Tempos atrás, um lobo me ensinou o que ele fazia.

Não, ele não era um lobo literalmente. Só usava o título de Lupus.

Ele escrevia pra si mesmo. Mas de uma maneira que fosse como outra pessoa.

Aham, muitas pessoas fazem isso. A maioria acaba confundindo a realidade e ficando louca. E a outra maioria acaba não levando isso a sério demais a ponto de acreditar nas palavras que escreveu. ( E outrossim, não existe uma só maioria. Poderia te dar uma explicação matemática sobre como funciona meu ponto de vista sobre maioria, com vários círculos intercalados. E só aquele espaço que corresponde ao nº Pi que eu chamo de minoria. O resto é maioria.Mas deixa isso pra depois.)

Tive o prazer de um dia ler alguns escritos do lobo. E ao invés de bater palmas, tive a audácia de tentar discordar do eu-lírico que o lobo havia criado. Na verdade, eu não tinha realmente entendido, como o lobo havia previsto que aconteceria.

É, um dia me disseram isso, eu bati pé feito criança mimada. Mas a verdade que há coisas que você só entende quando faz. Que nem passar o dia numa cadeira de balanço.

E, agora, senhoras e senhores e seres que não sabem se encaixar entre isso, vou mostrá-los meu truque de lobo.

-x-

- Primeiro de tudo, nunca, NUNCA, eu disse nunca!, ache que é melhor que esses escritores chatos, filósofos do non-sense ou funkeiros. NUNCA! Isso não é questão de humildade, nem de altruísmo, nem de porcaria nenhuma do tipo. Isso é, camarada, aplicar as táticas de Sun Tzu, como se estivesse numa guerra. E, a partir do momento que você está escrevendo pro público conquistado por esses escritores chatos, filósofos do non-sense e funkeiros sem-cérebro, saiba que você está sim, numa guerra. A eterna guerra por atenção.

Eu olhei pra ele (que é, na verdade, meu reflexo). Vou chamá-lo de spiegel, para não confundir comigo.

- Você não começou o assunto meio conotativo demais, spiegel? - perguntei.

- Foi pra ser impactante, desculpa. - spiegel se desculpou. - Mas continuando... Você vai querer que eu pergunte os porquês de você estar afim de participar do concurso ou podemos pular essa parte?

- Acho que podemos pular essa parte. No resumo, é puro egoísmo pra tentar ser reconhecido. - eu disse.

Quando você fala com o espelho, não compensa mentir, né?

- Ótimo. Agora, pra parte dois. O que os caras que vão ler esperam?

Vontade que deu foi falar "Sei lá, porra! Se eu soubesse, não estaria aqui discutindo."

- Eles não sabem o que esperar. - cabei respondendo.

- E o que isso significa? - Spiegel era insistente nas perguntas.

- Hmn... que o que vai mais chamar a atenção deles é o que for mais fácil pra eles?

Spiegel fez uma careta.

- Se fosse assim, você poderia escrever "mamãe, estou com saudade. Fica com Deus" e ganhar o concurso. - ele disse isso fazendo uma careta, mau-humorado.

Fiquei impaciente com a piada dele e mandei:

- Então, o que significa, ó espertalhão?

- Pra começar, significa muita coisa.

- Ah, que ótimo! Muito bom você me dar respostas que não dizem nada. - dessa vez, eu quem fiz uma careta de desaprovação e sarcasmo quando ele falava.

- Dá pra você ter paciência? Você vive reclamando sozinho que às pessoas não te dão tempo suficiente pra se explicar, e quando eu preciso de tempo pra me explicar, você vai e age que nem elas! - disse spiegel, me repreendendo.

- Okay... se explique então. - eu disse.

- Quero esclarecer uma coisa. A explicação que vou te dar é baseada em comparações. Entendeu?

- Tá, continua.

- A primeira comparação, e mais óbvia, trata de você mesmo. Quando você ouve uma música, como você faz pra saber se gosta dela ou não?

De novo, deu vontade dizer "não sei, cacete!". Mas ao invés disso, fiquei em silêncio, pensativo. Spiegel virou pra mim e disse:

- Vou te dar uma dica, mole. Pra uma pessoa saber se gosta ou não de uma música, ela primeiro precisa escutar ela toda, não é?

- É.

Aliás, pensei, se ela gosta de uma música, ela escuta ela toda.

- E pra escutar uma música toda, a música precisa ser capaz de?

Spiegel fez barulinhos de "tam, tam, tam" e imitou o barulho de tambores rufando.

- Ser capaz de chamar a atenção?

Spiegel sorriu.

- Quase, quase. - ele disse sorrindo, transmitindo auto-confiança.

- Não é só questão de chamar a atenção, né? - arrisquei

Lembrei das notícias sensacionais, dos artistas virtuosos, e dos exageros do dia-a-dia... Não era isso que me atraía, pensei.

Spiegel sorria, sugestivo.

- É além de chamar a atenção... é ser marcante. - dessa vez eu disse afirmando, ao invés das perguntas.

- Que nem no seu poema, Marca-Época. Ser marcante. - disse spiegel rindo. Ele agora parecia orgulhoso do início de compreensão minha.

Eu estava rindo também. Mas ainda estava confuso.

- Tá, mas isso ainda não me leva a nada... como posso ser marcante?

- Essa é fácil de responder, amigo. - disse spiegel. - Tenta lembrar de alguma coisa aí.

- Que tipo de coisa? - perguntei.

- Qualquer coisa. A primeira que vier a cabeça.

Droga, que pergunta idiota. Vou lembrar do quê? Dos meus cabelos lisos, da minha perna dormente por causa de ficar horas sentado, do dever de geometria que estava pra fazer, da minha mãe avisando que trouxe pão? Da maneita estranha que Stéph disse "Pois é"... do sonho que tive?

O spiegel pareceu notar que os pensamentos estavam megamente se formando na minha cabeça. Na hora que ele achou que tinha se formado suficiente, deu uma limpada de garganta e disse:

- Agora... aposto que você, que certamente não é um idiota, teve um zilhão de pensamentos só nesse meio tempo. Analise esses pensamentos... E me diga uma coisa simples. Nesse meio tempo, qual deles que mais chamou sua atenção?

- Er... não sei. Todos pareceram iguais.

- Se você achou que todos pareceram iguais, então sinto muito, mas você não vai conseguir chamar a atenção com o seu texto.

- Hey, isso não é justo.

Parei pra analisar a situação... Acho que o da Stéph tinha me chamado a atenção.

- Eu não consigo dizer qual chamou mais minha atenção. - confessei.

- Mas pelo menos alguns ficaram dividindo sua atenção, né? - spiegel perguntou.

- É... o da Stéph, o da minha mãe... é.

- Então, caro amigo. Você sabe porque lembrou disso primeiro, certo?

- Errado. - falei.

Spiegel me olhou duramente.

- Vou te dizer então. Você escolheu lembrar dessas coisas porque elas eram as mais importantes pra você. As que mais tem haver com você. As mais marcantes. E te digo mais; pra ser marcante, pra chamar a atenção, o que você faz na verdade é reacender essa raízes do comum da pessoa. Tá entendendo?

- Continua. - eu disse.

- Por exemplo, se você fosse escrever pra alguns índios, e nunca tivesse convivido com eles, e quissesse ser marcante perante eles, teria que lhes falar sobre o que é comum pra eles. De preferência, sem que eles percebessem. Como da excitação de ver uma pessoa amada ou a tristeza da perda de um ente querido. O que as pessoas mais tem em comum é o fato de todas sentirem os mesmos sentimentos. Poderia apostar contigo, apesar de não poder confirmar. Mas é bem provável, afinal, 99,98% de semelhança genética tem que garantir alguma coisa pra esse minha afirmação.

- Em resumo, por favor. - eu disse.

- Em resumo, pra ser marcante, você vai ter que ser comum pra eles. Tratar de coisas comuns, da maneira mais comum possível. Pegar nas raízes deles.

- Tá, mas e se eles valorizarem originalidade? Tentar ser o mais comum possível não tem nada haver com criatividade. - protestei.

- Agora, pra parte das comparações que estão fora do seu alcance... Imagina aí uma pessoa. Ela teve uma vida difícil e um milhão de decepções. E já viu mil e umas frases sobre isso, mas só gosta de umas duas, que a consolam mais ou menos. Agora, você vai e dorme com essa imagem dessa pessoa na cabeça. E sonha com alguma coisa que não lembra. Mas tem a sensação de ter sonhado com essa pessoa. Acompanhou?

- Não sei. - disse desconfiado.

- O que você vai fazer, pra ser marcante, é exatamente o papel do sonho nesse caso... transmitir a sensação da imagem. Entendeu?

- Não. - disse com raiva.

Spiegel respirou fundo.

- A originalidade se trata do veículo de transportar a sensação. Você não vai precisar apelar pra novas sensações nem nada do tipo. Mantenha as raízes iguais. Mantenha-se centrado no comum. A parte original, criativa, vai vir de como você vai fazer pra disfarçar que está altamente apegado às raízes da questão. Quer exemplos?

- Quero, e rápido, porque estou sem tempo. - falei. Meu irmão me apressava pra usar o pc.

- O funk, por exemplo. Fala de sexo o tempo todo, certo?

- É.

- A originalidade dele é a forma como ele apresenta aquilo. Poetas franceses também falava de sexo o tempo todo, mas tentando serem suaves. O funk tenta ser maçante. Mas isso é a parte da originalidade. Tenta lembrar aí de algum outro tipo de música e letra que ao invés de apelar pra indiretas, tenta ser direto ao ponto de soar massivo?

- Hmn...

- É claro, nem todo mundo gosta. Mas, ele está enraizado no básico, como eu te expliquei. E mostra a coisa de outro jeito, com um novo adjetivo. Observe seus inimigos... e amigos também, claro. Afinal, é uma guerra pra chamar a atenção.
E o recurso básico é o mesmo. O que você vai ter que fazer, é simples. Procure um adjetivo, mas não desvirtue o básico.

- Droga, vou ter que te abandonar sem ter entendido. - falei.

- É, uma droga mesmo. - disse spiegel. - Mas vai lá... só o esforço de tentar entender já dá mil idéias pra uma pessoa.

...

Jogo Rápido.

Ultimamente, a história do Dotinha tem ocupado mais tempo na minha cabeça que a história do Tiro pra Lua.

É chato confessar isso, mas todo mundo que conheço diz que eu desisto fácil das coisas. Desanimo rápido.

E isso é verdade, mesmo que eu queira discordar.

E... Rá! Adivinha?

Acho que tá fazendo falta aqueles caras que entram na história pra discordar. Criar tumulto. Fazer as coisas darem todas erradas e se desencaminhar. Ou algo do tipo.

De qualquer maneira, ontem eu durmi, tive um sonho estranho. Havia uma festa, era dia e noite ao mesmo tempo ( imagine dois céus, como se onde você tem que pisar fosse transparente, e embaixo dos seus pés também tem um céu. No de cima era dia, no de baixo era noite.) e tinha um rio, um píer, uma casa/galpão ( uma hora eu olhava, era uma casa, de madeira, daquelas antigas... outra hora, só parecia um galpão, igual ao que tem perto do Horto Municipal... esse aí eu não sabia o que era.)e a festa rolando. Cheio de gente desconhecida. Eu conseguia entender sobre o que eles falavam, apesar de ter a impressão que não falavam em português. ( e se vier a curiosidade, eles falavam sobre coisas bem idiotas e non-sense, como marcas de ketchup e modos de vestir uma meia pra esquentar mais o pé.

E lá estava eu, tentando me enturmar com aquele bando de gente estranha.

Foi quando me passou o pensamento "É, festa chato pra caralho, pra variar" que alguns imbecis tiveram a idéia de empurrar um carro pra dentro do rio. Só que aí eu soube que conhecia quem tava empurrando o carro. Eram caras estranhos, que nunca tinha visto, mas ao mesmo tempo, era o Super Choque e a Jess. Eu sabia que eram eles, mas eu não podia falar isso com eles, achei que eles iam me chamar de maluco, porque estava na cara que não eram eles.(sonhos tem muito dessa dualidade. Você tá vendo uma coisa, mas sabe que é outra. pelo menos, os meus tem.) Aí o "Super" me chamou, falando "Hey garoto novo, vem cá, ajuda a gente." Eu falei "Sai fora, maluco."

E saí de cena. Consegui ver uma janela de msn pular na minha frente... um "Oi", em rosa alaranjado ( eu sei que cor é, só não sei o nome da cor.). Eu sabia que era a Lil falando comigo no msn. Eu não cheguei a responder, mas apareceu outras duas msgs. "Gostei do que você anda escrevendo, você realmente escreve bem..." e "Mas você ainda confunde as coisas.Dá até medo de conversar contigo." Não deu tempo de me defender, ela saiu daquela conversa improvisada de msn.

Fiquei puto com isso, e fui empurrar o raio do carro. Só que ao mesmo tempo, empurrávamos o carro do lado de fora e do lado de dentro. O carro caiu no rio, e como estávamos empurrando de dentro do carro e de fora, caímos no rio junto. O carro começou a encher de água, e eu fui me desesperando, achando que íamos morrer afogado. E quando olhei, já não tinha mais ninguém no carro. A água encheu o carro e eu acordei.

Acordei tossindo, pra variar.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

DoTA! DoTA! DoTA! - Continuação.

Tum, tum.



A loira ouvia seu próprio coração pulsar. Ela prendia a respiração e mantinha os olhos bem fechados. Sentiu a terra em seus pés tremer.

Tum, Tum.

Tum, Tum.


O tremor ganhou força. A loira sentiu seus joelhos cederem.

E tudo começou a pressioná-la. Como se o ar tivesse virado chumbo.

Não vou gritar., prometeu pra si em pensamentos.

O ar foi ficando muito mais pesado do que chumbo, e uma queimação devido a sensação de esmagamento tomou conta do corpo dela. O tremor começou a sacudi-la, o que doía mais ainda, trazendo-lhe a sensação não só de estar sendo esmagada, mas sendo esmagada por milhões de pequenas agulhas atravessando cada parte íntima do seu corpo.

Não vou gritar.

Agora sentia o gosto do próprio sangue na boca. E seus ossos todos pareciam estar a beira de esfalerar. Cada músculo queimava, sendo comprimido pela habilidade monstruosa daquele escorpião.

Quando achou que estava no limite da dor, sentiu algo como cordas invisíveis enroscando-lhe as costas. Diante de tanta dor, isso era uma sensação agradável. Um alívio. E ela sentiu sendo puxada pelas cordas invisíveis.

Então assim é a morte? Depois da dor, cordas invisíveis removendo a alma do corpo?

...

E se eu abrir os olhos, será que agora vou ver anjos?


A loira abriu os olhos. Viu uma cena completamente desfocada. Um vulto escuro... uma árvore arremeçando pedras, um escorpião gigante, e a terra que parecia criar vida.

Não era eu quem deveria estar ali aos pés do escorpião?

A dor impedia a pequena loira de entender a situação. Ela olhou pras próprias mãos; sangrava. Estavam raladas.

Venge!

Ela entendeu as cordas. Vengeful havia utilizado de sua habilidade de instântaneamente trocar de lugar com qualquer pessoa, salvando a loira.

Mas ao mesmo tempo, se sacrificando.
Rylai não conseguiu gritar. A visão dela ficou embaçada, mas não pela dor.

Eram pelas lágrimas que escorriam dos olhos da pequena loira.

Ela via aquele pequeno vulto negro sendo esmagado completamente pelo escorpião, e sepultado por rochas mágicas que surgiam da mão da alma atormentada atrás de ambos.

Não! Não!

A dor da perda havia se tornado maior do que a dor física... e a loira desesperada corria em direção aquela cena.

Seus instintos foram tomando conta da situação.

Sua mão livre sacou a Adaga de Kelen. Ela fez o gesto mágico de rodar aquele artefato nas próprias mãos incosncientemente. Ela teve a sensação por um momento, como se tivesse dado dum salto. Seu corpo desapareceu e reapareceu entre a alma atormentada e o escorpião.

Rylai viu também o Magina. Ele havia aparecido ao lado da alma atormentada, no mesmo momento que a Rylai tinha usado a Adaga de Kelen. Magina golpeava furiosamente a alma atormentada. Cada golpe dele rasgava não só a energia vital daquele ser, mas talhos de energia escapavam junto com o que em seres normais seria sangue.

Rylai ergueu seu cajado...

Concentração.

A loira sentiu as suas feridas. E a raiva.

A temperatura caiu. Rylai sentiu seu sangue esfriar, intensamente, mas tão intensamente, que até o ar em sua volta resfriava junto. Até seus olhos esfriavam com o processo. Por dentro, ela se sentiu congelar.

Por fora, suas lágrimas congelaram.

O escorpião voltava ao tamanho normal e rastejava em direção da pequena loira, provavelmente sendento pelo sangue dela e pra terminar o que fora interrompido pela Venge.

Um pequeno floco de gelo caiu nos olhos do escorpião. Ele estava a quatro caudas de distância dela.

Depois, um pedregulho de gelo gigante acertou-o. E outro. E outro. E outro.
Uma tempestade de gelo começara em torno da pequena loira, acertando apenas os seus oponentes com pedregulhos de gelo.

O frio mágico aliviara a dor da loira, enquanto ela invocava aquela tempestade de gelo. Era como um sopro resfriando cada ferida dela.

Estava no seu limite e não poderia expandir mais a tempestade.Estava frio demais, até pra ela, acostumada com o frio. Em questão de instantes, o escorpião foi completamente esmagado pelo gelo, e com o escorpião sepultado no gelo, a alma atormentada tentava fugir, imponente perante a tempestade. Magina colado nela, brandia suas lâminas e arregaçava aquele ser de porrada. Em reação, a alma atormentada começou a brilhar intensamente. O ar se contorceu e estalou, soltando faíscas que pipocavam e ricocheteavam no Magina.

Rylai perdeu a concentração do que estava fazendo, e apenas observava o Magina agora.
Magina insistia, desaparecendo e reaparecendo na frente da alma atormentada, pra golpeá-lo novamente. A alma atormentada brilhava, enquanto explosões mágicas iam queimando o Magina.

Rylai sabia o que o Magina queria: O momento certo para o Mana Void;
O golpe mágico dele que fazia a ausência de energia do adversário voltar-se contra si mesmo.

E era isso que a alma atormentada estava fazendo, esvaziando completamente sua energia contra o Magina.

Mas era bem óbvio o que o Magina pretendia.

A alma atormentada conhece as habilidades dele. Ela não iria ser tão idiota.

Os pensamentos da Rylai foram a mil por hora.

- MAGINA, VOLTA!

Magina desapareceu...

Mas reapareceu de novamente do lado da alma atormentada.

- Magina! VOLTA! É uma arma...

Rylai não precisou nem terminar de gritar. O ar por trás do Magina ganhou vida e cor... Uma criatura até então invisível acompanhava o combate.Por trás do Magina surgiu um besouro gigante que golpeou-o com as garras.Um corte profundo nas costas do Magina. Ele foi ao chão, desnorteado. A alma atormentada aproveitou a oportunidade pra se vingar; virou-se, jogou um raio na cabeça do Magina, enquanto as explosões dele queimaram mais intensamente naquele cara caído no chão. O besouro finalizou o Magina com o Impale; um golpe mágico que invocava vários espinhos gigantes do chão, como lâminas de uma lança.

Rylai correu, chorando novamente.

- RYLAI, ESPERA!

Ela parou, surpresa com o grito; conseguiu ouvir o besouro dizer "vamos dar o fora daqui." A pausa dela deu vantagem pros dois inimigos, que corriam, indo embora. Ela olhou pra trás.

Treant havia aparecido. Gigante, era como um gêmeo da árvore que a Rylai estivera defendendo. Só que seus olhos eram profundos, expressivos. Como se tivesse passado uma eternidade refletindo sobre a vida e tivesse visto milhões de coisas que não gostava de lembrar.

A loira caiu de joelhos no chão. Colocou a mão sobre o rosto, pra escondê-lo, deixando o cajado e a adaga caírem no ato. Enquanto isso, a alma atormentada e o besouro fugiam, levando o corpo imóvel do Magina com eles.

- Rylai, vamos... - ouviu a voz grave, arrastada, do Treant. Sentiu ele se movendo em direção a ela... Aquela árvore gigante era tão pesada que cada passo seu podia ser sentido no chão.

E sentiu o cheiro de flores também, enquanto suavemente uma armadura de folhas envolvia ela. Aquela armadura, criada magicamente pelo Treant, era reconfortante fisicamente. Mas o cheiro de flores apenas a fez chorar mais, pelo pesar.

A loira sabia que Treant já estava ao lado dela.

- Roof, eu, eu... o Magina... - ela soluçava.

- Vamos pra casa, Rylai. Depois você diz o que aconteceu. Vamos só pra casa agora.

Aquela árvore gigante graciosamente pegou a pequena loira no colo. Rylai mantinha os olhos fechados. Nisso, a loira desmaiou chorando.

-x-

Do outro lado daquelas florestas densas, verdes e cheias de vida, um ser sentado num trono congelado esperava.

Esse lado era dominado por tal ser. Esse lado, conhecido como Scourge, não tinha vida. Árvores mortas, chão seco e frio e sombras eram a marca registrada daquele lugar. Eram, além, marca registrada do ser que dominava aquilo.

O ser ao trono observava. Uma alma atormentada, que quando viva era um centauro, acompanhada por um besouro gigante aproximara-se dele.

- Milorde. Missão cumprida. Entretanto, tivemos que bater em retirada. Aquela puta gelada conseguiu nos atrapalhar. - Lesrach dizia enquanto fazia uma reverência pro ser sentado ao trono.

O Lich King, o ser que estava sentado em seu trono, olhava os dois servos e o prêmio que haviam trazido.

- Excelente. - disse com sua voz congelante.

- O Sand King não sobreviveu, milorde. - dessa vez quem falava era o Anub'arak, o assassino Nerubian.

- Irei ressuscitá-lo, em breve. - O Lich King ria, sem se importar com isso. - Anub'arak, e os espiões?

- Foram implantados com sucesso. Senhor, quão em breve irá ressuscitar o Sand King? Ele era meu primo.

- Basta! - A voz imponente do Lich King atravessou a Scourge como uma nevasca. - Já disse que irei ressuscitá-lo, e não toque mais no assunto.

Anub'arak baixou os olhos, disfarçando a raiva que sentia.

-Sim, milorde.

-Levem esse corpo para o Terror Blade. Acho que ele tem assuntos pra resolver com nosso refém. - ordenou o Lich King.

-Sim, milorde. - Lesrach e Anub'arak concordaram em uníssono.

Os dois se afastaram. Uma mulher, sensual, aparecera num piscar de olhos ao lado do trono do Lich King.

- Minha cara Akasha, está pronta? - perguntou o Lich King.

A mulher sussurou algo ao ouvido dele. Era pálida, sua pele tinha um tom azulado, como se fosse um defunto, mas ainda era notávelmente bela. Tinha cabelos e olhos negros.

- Chame Leoric pra acompanhá-la. Você sabe o que fazer.

A mulher sorriu, maldosamente.

-x-

Continua, eu acho.

And poems, maybe, don't hurt at all.

Sem definir nada

Era uma roleta russa.
A mesma filosofia:
Um tiro, uma só opção.
Mas veja bem
Ao invés de arma
A roleta que roda
Trata de um coração

A roleta dá um giro:
Uma nova direção.
O coração tenta um tiro:
Som de trituração.
Aquela resposta
Que sem dizer nada
Diz que não.

A roleta dá um giro:
Agora tudo tem som
Como se cada suspiro
Fosse uma nova opção
E assim se faz um mapa
Cada "não!"
Agora é opção
E não se descarta.

E a roleta dá outro giro:
Agora o som pertuba
Como se cada opção
Fosse um grito
Querendo toda atenção.
E assim, a roleta
Parece ser um relógio
Onde cada ponteiro
É uma fronteira
Contra o mais óbvio

E a roleta gira:
Marcando meia-noite
Bem no meio do dia.
E cada ponteiro
É uma armadilha

E a roleta gira:
E em cada armadilha
Uma prisão
E cada ponteiro
Agora é um prisioneiro
Dentro dessa confusão.

A roleta dá um giro:
Agora eu te digo
Você realmente acha
Que eu gosto disso?
Dessa sensação de giro
De estar perdido
Bem na linha de tiro
Onde cada disparo
Ao invés de deixar ferido
Deixa mais claro:

Nunca estarei contigo
Enquanto você não me parar
E disser que basta de giros.

domingo, 18 de abril de 2010

Ela vai falar, mas eu vou falar primeiro.

Três e meia da tarde. "Não fique ansiosa por eu atrasar meia hora, nem fique assustada se eu adiantar meia hora. Devo chegar às três, mas nem sempre acerto no horário."

Foi isso que o garoto havia dito pra ela.

"Hey, posso escrever algo depois, mas sobre o ponto de vista que acho que foi o seu?"

Foi isso que o garoto esqueceu de perguntar nela.

Seis e meia da tarde. "Deve ter um evento musical aqui. Acho até que já começou, tava marcado pra seis horas. Aham, é de graça. Okay, isso soa meio como um 'probaly not'. Tudo bem, até depois."

Foi isso que o garoto havia dito pra ela, naquele momento.

"E se eu mostrar as coisas como realmente as vi, você vai ficar assustada?"

Foi isso que o garoto novamente esqueceu de perguntar nela.

Oito e meia da noite, quase nove, ou mais de nove, dez, onze, meia-noite.

Amigos, piadas, cervejas.

Destaque pra André: "Cara, ele comeu a galinha, comeu mesmo. E a galinha passou a botar ovos com duas gemas, juro que é verdade! E depois teve o pintinho, o pintinho andava assim, ó, tum toin, tum toin!A galinha botou ovo de duas gemas pra sempre! Até a gente matar ela e comer. Mas eu não comi não, galinha de casa é dura. Deve ser de andar nos morros."

Uma da manhã...

Maldita vontade de confessar, como se fosse pecado.

Como se fosse culpa minha, o corpo trair as palavras.

Como se fosse culpa minha, estar ao seu lado e perder a noção de tempo.

E sentir a pele formigar, e o impulso de deixar meus dedos caçarem os seus.

E meus olhos insistentes procurarem os seus.

E... os lábios. Até a cor do batom, rosado.

Deus, eu me comportei!

Então por que diabos parece que me sinto culpado?

Foi porque eu não deveria ter me comportado?

Na verdade, eu sei perfeitamente porque. É a contradição de você dizer uma coisa... e depois sentir outra. Pra efeito de comparação, é como sentir vontade de beijar a namorada do seu melhor amigo.

Coisa que não se controla? É.

Você se sente um monstro por isso? Normalmente, se sente.

E?

E aí você lembra que na hora não perguntou porque estava com a impressão que ela também parecia estar nervosa/ansiosa com aquilo tudo.

Deus, eu me comportei.

E isso soa como se eu tivesse sido falso.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

DoTA! DoTA! DoTA!

A loira usava uma capa azul longa, que ia até seus pés.Suas roupas eram brancas, roupas simples que poderia ser de um camponês, se não fossem pelos bordados dourados. Ela estava encostada na árvore que deveria proteger, sentindo-se tensa demais pra sentar aos seus pés. Ela não tirava os olhos do front de combate, que acontecia longe, depois do rio, mas avançava em direção a árvore que ela deveria proteger. Essa árvore, dotada de vida, defendia os limites da floresta arremessando pedras nos inimigos.

A loira empunhava também um cajado azul, presente do seu mestre, que emitia uma fina luz azul clara, e conforme se movia na mão dela, a luz mudava de tom, criando o efeito de uma mini aurora boreal. Amarrada na cintura, estava o outro presente que ela ganhara; uma adaga lendária, conhecida como Adaga de Kelen, que permitia o usuário dar um salto mágico e atravessar grandes distâncias instântaneamente.

Ela ouviu o barulho do vento nas árvores misturado ao eco dos gritos mais à frente. Isso somente aumentou a tensão. A primeira linha de defesa lá havia sido facilmente quebrada pelos poderes malignos dos dois heróis inimigos que avançavam sedentos de sangue. Um dos heróis era um escorpião gigante; sua cauda continha um veneno tão poderoso que era capaz de implodir as pessoas, e o cheiro das vítimas mortas por ele eram absurdamente nauseantes. O outro herói inimigo, uma alma atormentada, era difícil de focar. Sua imagem, que lembrava um centauro, tremeluzia. Apenas seus olhos de carrasco, focados nos raios que suas mãos disparavam, eram naturalmente visíveis.

- Você parece apreensiva, ein... - sussuram ao pé do ouvido dela. Ela deu um sobressalto, puro reflexo de combate, e ergueu seu cajado.

- Sem violência, amor! - O dono da voz levantou suas mãos. A loira o reconheceu: Era Magina, o Anti-Mage. A loira apenas olhou repreendendo ele. Depois voltou o olhar pro campo de batalha que se aproximava mais ainda. Outra linha de combatentes havia sido devastada.

- Guarde seus truques pro combate, Magina, ao invés de usá-los pra assustar donzelas indefesas. - disse a loira.

- Donzelas indefesas, hahaha, ótima piada, Rylai. - Magina falou rindo. - Se momentos de tensão te deixam bem-humorada, o que será que te deixa excitada? - completou ele, tentando fazer uma voz de galã ao terminar.

Rylai apenas o ignorou, olhando pro front de combate.

- Onde estão os outros, Magina?

- Venge já está vindo... sabe, ela não se move tão rápido quanto eu. - gabou-se o Anti-Mage. - E Sven e Treant vão ficar em suas lanes, defendendo. Treant recomendou cautela, disse que aquele besouro traiçoeiro que ele enfrentava sumiu. Ele falou que o besouro estava bastante ferido, mas mesmo assim, deveríamos ter cautela. Nunca se sabe quando é um truque dele ou não.

- Mande um sinal pra eles virem pra cá... Algo me diz que vamos precisar de todos aqui.

- Não seja tão pessimista, Rylai. São só dois dele, e logo a Venge vai estar aqui. Serão três nossos contra dois deles.

- Magina, por favor, escute a mim e não aos seus hormônios. Mande um sinal pra eles, peça pra virem rápido. Vamos precisar de todos aqui. - Rylai disse decidida.

- Como queira, então. - disse Magina contrariado. Ele jogou as mãos pro céu, e de suas mãos escaparam uma pequena bola azul, que explodiu formando um enorme ponto de exclamação muito acima da torre.

Os inimigos derrubaram outra linha de combate e estavam prestes a atravessar o rio. Rylai agora conseguia observar os vários olhos inexpressivos daquele escorpião, enquanto ele matava impiedosamente os soldados da linha de combate.

- Vou ter que dar um atraso neles, enquanto Venge não chega. - cabou dizendo a Rylai.

- Tenha cuidado. - falou Magina, se apoiando na árvore.

Rylai então deu alguns passos a frente... Sentiu seu sangue esfriar, como sempre acontecia quando utilizava de seus poderes mágicos. Uma onda de gelo explodiu no meio do campo de batalha , acertando alguns dos soldados que acompanhavam os dois heróis inimigos. Entretanto, ela havia se posicionado mal, e não acertara os dois heróis... Deu uma respirada; o ar ambiente havia se tornado mais quente que o ar dos seus pulmões. Se concentrou, esperando seu sangue reaquecer seu próprio corpo, e foi pra uma segunda tentativa...

Deu dois passos a frente, dois largos passos, pra poder fazer sua magia ficar ao alcance do inimigo.

Fechou os olhos se concentrando, e só se deu conta de que não deveria ter feito isso quando o escorpião desaparecera na sua frente, e uma crista de terra avançava em direção a ela ferozmente.

- RYLAI!

Ouviu o grito do Magina. Ela tinha avançado demais, ao alcance do escorpião, e agora estava a mercê dele.

A crista de terra a derrubou, jogando-a desnorteada no chão. Do outro lado, por trás dela, o escorpião reaparecera, e sua cauda venenosa brilhou num verde neon.

O escorpião então balançou sua cauda. Uma vez.

- RYLAI, CORRE! - Magina corria em direção a ela.

Não preciso correr, pensou a pequena loira.

É só congelá-lo. Se ele não conseguir der a segunda balançada na cauda, ele não terá o que fazer. O mestre dela a havia ensinado bem da fraqueza daquele escorpião... Antes de causa um terremoto com suas habilidades, o escorpião precisava se concentrar muito, e completar o ritual de balançar duas vezes a cauda.

Ela ergueu-se, levantou seu cajado, e deixou o frio de sua mágica tomar forma na natureza... Gelo começou a se formar no corpo do escorpião.

Entretando, o escorpião reagiu a tentativa da pequena loira, e começou a crescer desenfreadamante. O aumento repentino de tamanho do escorpião ia quebrando o gelo recém-formado, criando inofensivos cristais em torno dele.

Ah não

-RYLAI!

O escorpião balançou a cauda pela segunda vez, imune a mágica da loira.

Rylai fechou os olhos. Era o seu fim.

-x-

Continua também, eu acho.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Porque também, tava faltando um poema.

Sobre efeito dum pesadelo

Então, é disso que você tem medo?
De que o sonho que você vive
Vire um dos seus pesadelos?

Onde você é a vítima de um monstro
Do qual você corre e não escapa
E como uma sombra
Te segue e te encontra
Te possui e te reduz
A lágrimas em um canto sem luz.

Pois bem, sabe como são
Os meus pesadelos?
Ao invés de vítima
Geralmente sou o vilão
Que tem a cabeça do próprio filho
Rolando entre as minhas mãos

Então, já que você tem medo
Que acha de trocarmos de pesadelos?

Fuga contra o Demo.

Não me atire contra a parede, foi o pensamento que atravessou sua cabeça com raiva... Se você fizer isso, eu te mato.

Ele só recuava, não tinha realmente pra onde fugir... Aquela criatura que ele queria esquecer atravessara o universo e havia o encontrado.

- Lembra de mim? - o demônio mostrou suas afiadas presas ao dizer isso, imitando uma risada.

- Preferia não lembrar. - retrucou o jovem que estava prestes a morrer.

O demônio avançou. Deu um impulso e pulou em direção a cabeça do jovem...
Pela expressão, aquela coisa tentaria duas coisas... Ou decapitá-lo... ou beijá-lo. O jovem rezou pra que fosse decapitação... Mas seus instintos de sobrevivência agiram e não quiseram esperar pra descobrir. O jovem abaixou-se, esquivando do salto daquela demônio fêmea, e correu... Correu o quanto podia, em qualquer direção pra longe daquela criatura que urrava "Eu vou voltar e vou te pegar!"

-x-

História baseada em fatos reais. Aconteceu agora pouco comigo! hUSAHIAUHSIUHISUHAISHIUAHISAH

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A parte mais divertida desse fim de semana.

Existem pessoas que não gostam de lembrar das coisas. E pra balancear, claro, existem aqueles que só ficam se lembrando com saudade do que passou...

E pra completar a cena, eu sempre faço de conta que estou me equilibrando nos dois extremos...

Sempre...

Me equilibrando entre o real e o imaginário.

Entre o que posso e não posso.

Entre o que devo falar e o que não devo.

Até nos pensamentos... no até onde devo te tentar te entender e até que ponto devo apenas me explicar.

E entre o real e o imaginário, eu prometi (sem dizer nenhuma palavra) que um dia escreveria tudo aquilo que observava em você.

-x-

- A vantagem de fazer personagens - eu dizia pra ela - é que você pode evitar que as coisas saiam erradas. Dá pra fazer perfeitamente com que os personagens sintam o que precisam sentir naquele momento, e falem o que devem falar e entendam do certo jeito o que você quis dizer. Se eu fizesse um personagem baseado em você, por exemplo, você diria coisas que provavelmente você seria capaz de dizer na vida real, entende? Coisas que você já deve ter pensado, imaginado.
Só que eu não conseguiria na vida real uma situação assim pra você dizer essas coisas...
Por isso que gosto de criar os personagens... pra te mostrar que eu já imaginei a cena de um jeito diferente.

Ela apenas ouvia o que eu dizia... eu estava deitado no colo dela, e fitava os olhos castanhos dela enquanto falava. A mão distraída dela bagunçava meu cabelo. Eu tentava reparar em qualquer sinal no rosto dela, em cada vibração do olhar, em cada respiração... O que a boca às vezes não diz, o corpo sinaliza.

Ela estava pensando, pelo jeito... nem sei se ela realmente ouviu tudo que eu disse, parecia entretida...

- Estranho.- Ela cabou dizendo.

- É... - concordei, desviando os olhos dela pra olhar a paisagem. Quando ameacei me perder em pensamentos, ela falou:

- Você é estranho, sabia?

Dei um sorriso, breve. E voltei a olhar pra ela...

- Porque você acha isso? - respondi com outra pergunta

Dessa vez, ela quem desviou o olhar pra longe... e sem olhar pra mim, foi falando.

- Hmn... você é diferente das pessoas que estou acostumada... não dá pra explicar direito... - A voz dela foi sumindo... e se recuperou depois que ela tomou fôlego e virou os olhos pra mim. - E porquê as coisas tem que ser do jeito que você imaginou? Porque não podem, por exemplo, serem do jeito que eu imagino?

A pergunta me surpreendeu... Analisei a expressão dela... eu já tinha visto ela irritada,pensativa, sorridente, calma, inexpressiva e até mesmo já tinha visto ela cochilando... Mas a expressão dela mudara pra algo que não reconheci... Como se fosse uma curiosidade genuína, sem segundas intenções.

- Podem também... só que pra isso, você vai ter que escrever também... ou então, dizer pra mim o que pensa.

- Não foi isso que eu quis dizer, e você entendeu.

Me calei... e olhei pra ela...

Ela disse:

- Olha só... você fica me olhando assim... Não estou acostumada com isso.

-Ah, desculpa... não é por mal, é que estou prestando atenção nas suas reações.

- Pois é, só que isso dá a impressão de outra coisa...

Mudei repentinamente de assunto:

- E como as coisas seriam se fossem do seu jeito?

- Não sei. - ela respondeu. - Não fico realmente me preocupando com isso... Porque sei que é perda de tempo. Isso só faz você se decepcionar com as pessoas, isso é meio que esperar demais das pessoas... Eu, pelo menos, gosto de evitar a decepção quando posso.

Fiquei pensando numa resposta... queria discordar dela, mas não podia.

Ela pareceu incomodada com o silêncio meu, e mudou de assunto:

- Sabe, não fui criada com muito carinho... Meus pais se separaram quando eu era nova, e eu fiquei com a mamãe... e pra ela me criar, tinha que trabalhar, né? E eu ficava em casa, sozinha com meu irmão. Só quando fiz 9 anos, que fui começar a conviver com papai,a visitar ele na casa dele, e mamãe começou a ter mais tempo pra passar comigo e com meu irmão...

Ela deu uma pausa, e respirou devagar, olhando pra mim.

- Viu? Sou diferente de você... por isso que pra mim é difícil entender essas suas expressões. - ela falou.

- Liga não. - cabei dizendo. Os olhos dela estavam úmidos. - É que sou um carente nato... que nem todo poeta tem que ser.

Ela riu quando eu disse isso, com uma expressão de alívio.

- Hey... se um dia você fizer uma personagem minha, você promete que vai mostrar?

- Prometo. - eu disse rindo...

Ela olhou pra mim...

E eu disse pra ela:

- Me faz uma promessa também?

- Qual?

- Que se um dia você se apaixonar por mim, você vai me dizer.

sábado, 10 de abril de 2010

Should I Stay or Should I Go?

Já contei pra vocês que sempre sonho que sou morto em um acidente de carro?
E sempre na carona?
E sempre caindo de um precipício, por uma curva mal-feita?

-x-

Indo pro churras de Robertinho. De carona.
Hoje eu não sonhei com isso.

-x-

Should I stay or should I go now?

Please god let me know...

Should I stay or should I go?

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Churrasco do Robertinho na Idade Média!

"Merda! Cadê o meu arco?"

Dava pra ouvir isso, alguém que eu não reconhecia a voz clamando por um objeto perdido. Não reconhecia a voz. Na verdade, eu não reconhecia porra nenhuma, só reconhecia estar com uma dor de cabeça desgraçada, que toda vez que eu me forçava pra me concentrar em algo, doía feito uma machadada.

"ô Fernandinho, se viu meu arco?"

Acho que ele tá falando comigo.

"Ein, demônio? Você viu meu arco?"

Ah, reconheci o dono da voz. Bernardo, o arqueiro. Me esforcei pra não xingar ele.

"Sei lá, porra.Tá precisando tanto dele assim?"

"Tô não, bardo filho da puta, tô procurando ele porque me divirto procurando as coisas." respondeu ele num tom de puro sarcasmo.

"Ah tá. Bom pra você."

"Hey" ele disse, parando de repente. "Se ouviu isso?"
"Hã?" disse eu. Não sou o arqueiro de sentidos treinados droga, e ainda tô com ressaca. Como ele espera que eu tenha ouvido algo?

"Droga!" praguejou ele. "Acorda todo mundo. Agora!"

"Que houve?"

"Vai, porra! Acorda todo mundo!"

Ele tava usando um tom sério demais pra ser uma piada. Uma onda de eletricidade passou pelo meu corpo enquanto o coração disparava e a adrenalina tomava conta dos meus sentidos. Seja lá o que ele tenha ouvido, parecia algo sério demais. Levantei-me do toco de tronco que estava sentado e corri no mesmo ritmo que ele, só que ele foi em direção as tendas na floresta enquanto eu fui pro chalé da campina.

Quando cheguei na porta do chalé, parei pra puxar uma golfada de ar e a cabeça ameaçou explodir.Dionísio, alivia essa dor de cabeça pra mim, orei baixinho.

Um, dois, três, contei comigo mesmo. Chutei a porta duma maneira teatral e berrei:

"Acorda, porra!"

Ouvi resmungos como resposta. Precisei gritar mais três vezes até eles entenderem que tinham que acordar.

Então, um outro chute na porta foi mais efetivo em despertar aqueles dorminhocos do que meus berros. Pena que o chute não era de um amigo.

Dois homens saltaram da porta brandindo espadas, usando armaduras de combate. A adrenalina tomou conta de mim. Adrenalina e terror.

Eles partiram pra cima, aproveitando a vantagem de estarem prestes a matar oito homens desarmados e sonolentos.

Recuei, sem poder reagir... enquanto recuava, tombei num dos idiotas que durmia no chão e cai por cima dele. não dava pra reconhecer quem era, mas seja quem for, logo após eu ter tropeçado nele, ele deu um pulo pra se por de pé, e ao mesmo tempo, sacou um facão que estava embaixo dele.

Reconheci Suel por causa disso, só ele seria maníaco suficiente pra durmir com um facão ao lado.

E esse lado maníaco dele salvou nossas vidas.

Os homens brandindo as espadas avançaram com tudo pra cima do Suel. O primeiro tentou um golpe em direção a cabeça dele, enquanto o segundo partiu pra cima dele tentando uma estocada com a ponta da espada. Suel se abaixou, mas não pode aparar a ponta da espada que atravessou sua barriga. Suel ainda conseguiu esticar o braço e acertar a garganta do soldado que o havia ferido, entretanto o outro soldado levantou sua espada e desceu na vertical num golpe impiedoso.

Mas a espada não acertou Suel em cheio, pegando de raspão pelo seu ombro e arrancando uma lasca de pele e sangue. E quando olhei, Dudu havia se levantado e acertado um soco muito bem dado no soldado. Isso fez o soldado largar sua espada. Dudu a pegou e partiu pra cima do soldado caiu e impalou ele com a espada, fazendo jorrar sangue no seu rosto. Deu cinco, seis golpes, sete... dava pra ver Dudu tremendo em cada golpe, por causa do ódio.

Suel sangrava muito, e eu fui ajudá-lo. Ele estava realmente ferido, com rosto completamente pálido, e não havia muito o que fazer. Na verdade, ele nem precisou da minha ajuda. Outros dois soldados emergiram da porta e enquanto Dudu aparava o golpe de um, Suel se levantou num pulo e foi correndo pra cima do outro.

Ele ia morrer daquele jeito com aquela investida, mas não parecia ligar a mínima, devido o frenesi do combate.

Novamente, salvaram Suel. Um assobio de um flecha cruzou os ventos e a logo jorrava sangue da garganta do guerreiro que estava prestes a matar Suel. O guerreiro nem reagiu; Suel enfiou seu facão no estômago do guerreiro e levantou com força, levantando o corpo do guerreiro junto. Dudu contra o outro soldado só precisou defender dois golpes também; Germano arremeçou uma cadeira que havia encontrado na cabeça do guerreiro, o que o distraiu suficiente pra Dudu enfiar a espada no peito dele. O guerreiro num último golpe desesperado ainda balançou a espada e acertou o braço direito do Dudu, mas o corte não foi profundo.

Dionísio tinha atendido minha prece; a dor de cabeça tinha passado. Em compensação, eu já não sentia nada, exceto o cheiro forte de sangue. Eram quatro mortos em menos de um minuto e Suel estava bastante ferido. Mas Suel não parecia ligar pra isso... Ele simplesmente deu um grito de raiva e saiu correndo pela porta. Germando catou a espada do cara que Dudu havia acabado de matar e correu atrás de Suel. Dudu foi atrás dos dois.

O pessoal que estava nos outros aposentos do chalé apareceram naquele hall de entrada... eles falavam comigo, mas eu estava mais concentrado em identificar em que estava acordado... Gordão, Borosky, Tiaguinho, o Alex e Waguinho.

"Caralho! Que tá acontecendo?"

"Estamos sendo atacados" sussurei...

Me sacudiram perguntando o que eu disse... aí a adrenalina virou raiva e eu gritei.

"ESTAMOS SENDO ATACADOS, PORRA! PEGUEM ARMAS, O PESSOAL TÁ MORRENDO LÁ FORA!"

Deve ter sido convicente, pois até Waguinho, se pudesse ter ficado pálido, o teria feito.

Levantei-me e o frenesi tomou conta dos recém-acordados também. Peguei uma adaga que estava amarrada num dos soldados mortos e atravessei a porta.

E então me dei conta que a luta mal começara.

-x-

(continua no próximo episódio...)

Madrugada maluca!

Alguns minutos atrás era meu aniversário.
Me desejaram parabéns de diversas formas... algumas parecidas, outras não. As "outras não" que me interessam, nesse caso.

Talvez nem seja eu mesmo quem esteja escrevendo isso (uma noite no carioca banhada de cerveja e piadas faz uma diferença enorme) e amanhã vou olhar isso e falar "caralho, animal, você escreveu tudo errado" pra mim mesmo.

Ou talvez seja a parte mais honesta minha que vá escrever isso...

Enfim: A questão é basicamente a seguinte.

A primeira, pra ela deixo um recado: teria sido muito mais divertido com ela presente... apesar que ela nem deve ter ficado sabendo que a convidei (anota aí: atirar no bernardo quando comprar uma arma... tiro não mortal, provavelmente apenas pra incapacitar seu membro reprodutor.) pra estar lá no carioca. Mesmo que às vezes ela se perdesse nos mil e uns assuntos sem sentido, teria ficado melhor. A presença dela já faz toda diferença... Não é qualquer pessoa que alcança isso.

A segunda, até já falei dela aqui... a questão é: ela sabe (sabe sim! é só por apelar pela mania dos pararênteses, ela já sabe de quem estou falando!) que se realmente eu tiver que realizar meus sonhos (não foi atôa que colocou um ";x" após esse desejo) alguns deles envolve ela... =X

Pronto, falei!

E a terceira... a terceira fica marcada porque dessa vez ela não desejou feliz aniversário... talvez dessa vez ela não tenha nem lembrado, apesar de há dois ou três anos atrás, ter feito até uma dedicatória arrependida por ter deixado a data passar.

Aliás, pra terceira... sinto saudade sua! não sei explicar, não saberia, mesmo se tentasse.

Mas sinto. Em qualquer lugar você pode encontrar um espelho... na beira dum lago, no reflexo duma poça d'água, no vidro escuro de uma loja, no retrovisor de um carro...

E adivinha em quem eu penso quando vejo espelhos?

-x-

(reforçar anotação sobre o bernardo!)

Quem nunca bebeu e sentiu vontade de pedir desculpas por algo, que atire a primeira pedra!

Nefelibata... você ganhou... é. Mas a atitude que você tomou com isso só torna impossível eu tentar explicar quê:
1) você não é nem de longe tão bla bla bla bla como se acha. Você não é feia, não é chata, nem é entediante.... Muito pelo contrário. É simplesmente uma das pessoas mais impressionantes que conheço. Não desista de tudo, como você sempre acha que vai acontecer.Não faça isso...
Eu não tenho como te impedir, então só me resta pedir.

2) eu realmente quero, na maior parte do tempo, ficar conversando contigo... nem por bem nem por mal, apenas conversar. Porque sei que você conhece meu irmão talvez melhor do que eu, você conhece alguns amigos meus melhor do que eu, e você vive coisas que nem se minha imaginação fosse esticada ao limite eu poderia imaginar. Conversar com uma pessoa assim é decidadamente melhor do que ler qualquer livro que qualquer filho da puta tenha escrito...
Mas, por circustâncias do destino, só consigo conversar contigo se seu humor colaborar. E seu humor só colabora quando outro filho da puta não te decepciona.

Me desculpa, então, por ter te incentivado, você ter acreditado, e ter dado tudo errado. Ou quase tudo.

Sei lá, as coisas mudam rápido pra caralho...a essa hora você pode estar comemorando e eu fazendo cara de idiota aqui pedindo desculpa.

Mas me desculpa, ainda assim.

-x-

E gordo! obrigado mesmo, do fundo do meu coração, por ter colocado quinze pratas o churrasco! te devo meu eterno reconhecimento e agradecimento à sua pessoa.

Te retribuirei, um dia...

Se tudo der certo, com muito dinheiro num churrasco por ter escrito alguma coisa reconhecida mundialmente.

Se tudo der errado, com uma cachaça num boteco perdido desses na vida.

E se tudo ficar na mesma... aí não sei!

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Efeito King.

"- Agora me escute, Roland, filho de Steven. Vai me ouvir?
- Vou.

E então o homem de preto começou a falar.

O universo ( disse ele) é o Grande Todo e oferece um paradoxo grande demais pra ser apreendido pela mente finita. Assim como o cérebro vivo não pode conceber um cérebro não-vivo - embora possa achar que pode -, a mente finita não pode apreender o infinito...

- Não acredito - disse secamente o pistoleiro.
O homem de preto apenas sorriu e respondeu:
- Não precisa acreditar... "

-x-

Essa cena aí é o do finalzinho do primeiro livro da Torre Negra... eu fui reler isso aí ontem, enquanto estava sem net, e sem vontade de escrever... eu realmente não lembrava (conscientemente) dessa cena, mas pelo que eu escrevi lá no blog, parece que eu lembrava de alguma coisa sim.

Achei isso irônico... minha história se baseia numa contradição das duas verdades que o homem de preto falou.

Quem leu o livro, lembra aí dessa cena também?

terça-feira, 6 de abril de 2010

Cena Futura?

-Como assim?! Sei que somos azarados cara, mas agora os ônibus pararem de funcionar logo agora é sacanagem! - exclamou Fernandinho. Jonas só olhava pro site que Gordão havia aberto. Pelo menos ele tinha justificativa agora pra faltar o serviço. Tava bem no site.

-Blá, blá, blá, emenda ibsen, blá blá blá, diminuição de salário, blá blá blá, caralho, nego é muito filho da puta... - Gordo ia falando sozinho e baixo enquanto lia a nota oficial no site da empresa 1001.

Jonas foi sentar num sofá. Juntando aquele sonho estranho com as duas brigas estranhas e com as intervenções estranhas de malucos, e que agora estavam presos em Bom Jardim por causa duma greve repentina dos motoristas de ônibus, Jonas chegou a conclusão de que tava na hora de começar a levar a sério outras possibilidades além das racionais. Mesmo que a explicação no site praquela greve fosse racional, Jonas já estava acreditando na opção irracional de que alguém tava tramando alguma coisa com eles.

Em volta do PC, Waguinho, Fernandinho e Gordão continuavam lendo as notas no site. Até que Waguinho comentou:

- É, não era de se esperar diferente.
-Waguinho, só pra ver se eu entendi a mesma coisa que você... Por causa da emenda maluca que tirava dinheiro do estado do RJ, os caras do nada privatizaram centas estradas e as empresas de ônibus como resposta diminuiram os salários dos motoristas e cobradores, e em resposta esses cobradores e motoristas entraram em greve? Isso assim, da noite pro dia, sem aviso prévio nem nada? - disse Fernandinho.

-Olha cara, isso foi o que eu entendi também. Só que privatização de estrada leva um século, por causa das complicações burocráticas e esses motherfuckers parecidos...

-Só eu que acho isso estranho? - reclamou Fernandinho. Waguinho e Gordão só olharam pra ele, e Jonas mentalmente concordou, apesar de não ter dito nada. Fernandinho então saiu andando em direção ao banheiro, meio que falando sozinho e gesticulando. Jonas não entendeu direito o que era, mas ouviu Gordão e Waguinho sussurando coisas um pro outro...

-x-

Isso aí foi uma idéia que eu tive pra explicar um "porquê" de acontecer uma greve de ônibus na história... Uma explicação mais simples seria culpar as chuvas, pois realmente tem chovido suficiente e alagado alguns lugares do Rio, impossibilitando viagens de ônibus.

Então... a viagem com os royalties ou a chuva? O que seria mais convicente?

Esclarecimentos do tipo "Antes que dê merda, capitão!"

Meu irmão zaca me alertou pra uma coisa se não importante, ao menos comentável... No finalzinho do cap.II o personagem Dédalo faz uma piada bem anti-religiosa.

Tá, não sou realmente o "exemplo de cara religioso", mas também não pretendo ofender ninguém.
Então, pra esclarecer: Essa fala do personagem não é um ataque contra a religiosidade de ninguém.

É só pra caracterizar a personalidade do personagem.

Dédalo, pelo menos como eu imaginei pela primeira vez, antes mesmo de decidir se ele seria humano, ou um ser sobrenatural, ou um robô, teria que ter certas "características" na personalidade, pra soar convicente, pelo menos pra mim. Uma delas seria auto-confiança convincente (a.k.a. marrentice!). Essa fala dele é pra tentar emoldurar essa personalidade.

Pelo pouco que escrevi, já deu pra ter noções que outras piadas de mal-gosto também vão aparecer ( por exemplo, os personagens da mulecada sacaneando Waguinho com as piadas que normalmente fazem.) que se levarem ao pé da letra, nego vai vir aqui em casa com torcha na mão gritando "Queimem esse racista, homofóbico e adorador do demônio!"

Não sejam radicais, please.São só falas de personagens. Não sou um purista exemplar, mas também não sou um retardado extremista.

Ah, e pra finalizar, tem duas erratas que eu queria fazer:

Uma, é que no trecho "Primeiro, os homens dominaram a Física..." eu vou corrigir aquilo lá pra colocar "Primeiro, os homens dominaram a física mecânica."

Quem comentou isso foi a Kcá, sendo que ela tinha sugerido que a humanidade teria dominado primeiro a matemática. Bem, ela tá certa em um ponto: Se eu colocar que a humanidade teria dominado a física toda, logo, eles teriam capacidade de resolverem a questão sem o dédalo e logo não precisariam tê-lo criado.

Só que eu sou meio teimoso, e ao invés de colocar matemática, vou deixar física mecânica mesmo. Porque dominando a física mecânica, isso te dá a possibilidade de inventar certas coisas, mas ainda num range limitado.

A segunda errata, que na verdade eu ainda não arrumei correção, é em relação ao título da história. Um tiro pra lua não é o "nome oficial". Foi só a única coisa que me veio a cabeça na hora de intitular o blog, por causa duma imagem da deusa Ártemis (por isso, aliás, que o primeiro post começa passando por mitologia grega) segurando um arco que é ao mesmo tempo uma parte da lua crescente.

Nisso aí, tô aceitando sugestões. Aceitando não, pra ser mais específico, estou precisando de sugestões.

Como diria o calanga: É nóix!


segunda-feira, 5 de abril de 2010

Três Matutos em São Paulo

"Daqui a pouco o ônibus sai pra eu voltar pra casa.
Não necessariamente daqui a pouco, ainda faltam algumas horas, mas a impressão que dá é que faltam só alguns minutos (gordão e bernardo ainda estão dormindo, pqp) pra eu entrar naquele ônibus e ficar durante horas refletindo o que eu vim fazer em SP e o que eu fiz"

Isso aí tá escrito no meu caderninho, o roteiro de viagem dos três matutos no show do Metallica. Gordo, quando você vier pegar o dinheiro pro churras, vou te passar o caderninho.

Aliás, só pra não desvirtuar o assunto, vou deixar aqui um protesto coletivo que não sei se já te expressaram, mas provavelmente já fizeram.

20 pratas prum churrasco é uma puta duma facada, pqp! Tenta negociar os 20 reais pra 15. Colocar 20 contos não cheira como idéia sua, Gordo! E você, quando quer, sempre arruma ótimos argumentos. Então, por favor, queira ajudar nessa situação aí.

E se precisar, apela pelo menos por mim então, porque é meu aniversário dia 8.

"... gordo e bernardo fizeram questão de ressaltar que não tinha sido uma boa idéia, ainda mais porque a idéia tinha sido minha. Então, sono e sonho."

sábado, 3 de abril de 2010

Enquanto isso...

Estou escrevendo uma história. Não era pra ser nada demais, mas isso não me impediu de me empolgar com a idéia.... Queria criar algo onde pudesse colocar todos meus amigos e conhecidos numa situação que eles nunca poderiam realmente viver.

No sentido épico, imortalizar eles.

No sentido cotidiano, distraí-los um pouco da merda que é não ter nada pra fazer.

Só que se prender só aos personagens algumas vezes é chato. E quando vier outras coisas a cabeça, eu vou colocar aqui.

Por exemplo, ultimamente tenho lido bastante sobre mitologia grega... É, por causa do Percy Jackson e os Olimpianos, mas que se foda, a mitologia grega continua foda pra caralho.

Num dia doido desses aí, eu tinha perguntado pra (será que ela deixa eu colocar o nome dela aqui? capaz de não... mas acho que ela sabe quem é, eu só perguntei isso nela.) uma menina que conheço se ela fosse filha de um dos 12 deuses olimpianos, qual ela seria...
Bem, primeiro que ela não conhecia nenhum dos doze deuses, aí eu fui apresentando eles e suas personalidades... Ela no começo respondeu que achava que seria uma mistura de todos eles, pois tinha o ciúme de Hera, a sabedoria pra julgar de Atena, um pouco da loucura de Dionísio, a paixão de Afrodite.... em resumo, ela não soube escolher.

Aí eu mostrei Poseídon, o Deus do Mar pra ela.
Os olhos claros e profundos dela lembram o mar, de longe.
As atitudes imprevisíveis também.
Ela gostou, eu acho, da comparação.

E depois perguntou qual que tinha haver comigo.

Bem, fiquei pensando nisso tempo pra caramba... Perda de tempo, eu sei.
Uma vez eu já quis colocar no orkut que se ao invés de passar perdendo tempo em como conquistar uma garota, eu gastasse pensando em como ficar rico, eu já teria conquistado tal garota. Mas como sou mestre em perder tempo, continuo do jeito que tá.

Em frente... depois de perder tempo pensando muito nisso, achei uma resposta engraçada.

Apolo, o Deus das Profecias, é o que mais tem haver comigo.
Deus da música também, e Deus-Sol....
Começando, é que realmente gosto de pensar no futuro... no que pode acontecer. A história que tô escrevendo fala exatamente sobre o futuro.
E eu já escrevi declarações apaixonadas pensando no futuro... Eu fico em casa acordado muitas vezes sem fazer nada, exceto ouvir música e pensar no futuro. Claro, da maneira mais egoísta possível, somente no meu futuro, ou no futuro das pessoas que vão interferir no meu futuro. Egoísta e humano, fazer o quê...

E no mais, eu já conheci uma vez uma menina que poderia ser Filha de Ártemis, fácil. Pra quem não sabe, Ártemis é a irmã gêmea de Apolo... Deusa da caça, e da Lua.

E essa garota amava a Lua... e assim como Ártemis, optou por ser inalcançável aos homens.
E ela brincava de dizer que nossas atitudes equilibravam o universo. Bem do jeito que os gregos acreditavam que o Sol e a Lua equilibravam a vida terrena.

Vi ela duas vezes na minha vida... E recentemente, tenho tido medo de falar com ela. Consegui fazer tudo errado, sabendo que estava fazendo tudo errado.

E o engraçado, que segundo ela, eu já a fiz chorar... No dia que fui falar do que achava o que aconteceria no futuro. Talvez ela nem lembre disso... Mas eu acho que como bom devoto de Apolo, eu acertei na minha previsão.

E ultimamente, isso não tem saído da minha cabeça...

Acertar o futuro é ruim... porque você se sente mais idiota ainda.

Mas ao mesmo tempo, vou continuar pensando no futuro. Me preocupando demais, ela diria.

E a garota de Poseídon?
Inconstante demais, com aqueles olhos cor do mar num dia de sol. Eu acho que ela já deve ter reparado em muitas coisas, principalmente quando converso com ela... Queria eu saber o que se passa na cabeça dela.

Mas assim, aquelas coisas que se passam na cabeça de uma pessoa e ela não se dá conta.
Aquelas coisas que fazem uma pessoa admirar a outra, aquelas coisas que não sabemos realmente descrever... porque são meio que pensamentos que não tivemos, sabe qual é? É você ver uma pessoa e a achar bonita, ouvir uma frase e achar inteligente, entender uma idéia e achar original e criativa. Você pode criar milhões de padrões pra explicar, mas sabe que não precisa disso tudo. Você simplesmente sabe. Teve um pensamento sem pensar e sabe.

Na história que tô tentando escrever, meus personagens vão ter que fazer isso uma hora.
E na vida real, eu queria ter a sinceridade dela pra poder fazer isso.

Só que não sei como criar o momento pra isso, nem na história, nem na vida real.