sábado, 26 de junho de 2010

Do Vestiário até o Estádio

( acho que só em copa do mundo que daria pra escrever algo assim, so...)

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Vou fazer o que um repórter não consegue fazer. Porque já respondi um milhão de vezes a mesma pergunta, e mesmo assim ainda me perguntam. "Qual a expectativa?" ou "Como você se sente antes da estreia?" ou "Tá ansioso pra partida?".

Tudo bem, eu sei que vim pra jogar bola, e não pra pensar em respostas, como um filósofo ou psicólogo.
Mas só que vocês precisam saber a verdade: eu não sinto merda nenhuma. E isso se chama Concentração.
É como uma pessoa que tem medo de altura e você aconselha ela a não olhar pra baixo: um conselho, que em outras palavras, diz: "Cara, esquece que você tá no alto que você não sentirá medo." E é isso que eu faço: Esqueço, simplesmente esqueço dos 180 ou 190 milhões de brasileiros que represento, e sigo em frente.

Não me entendam mal, eu esqueço de vocês por bem. Eu não aguentaria ( na verdade, ninguém aguentaria) a pressão se me lembrasse o tempo todo de vocês. E a melhor maneira de representá-los e fazer jus ao que vocês esperam de mim é esquecê-los. Aí vem um filho da **** de um repórter e me faz essa mesma pergunta de sempre!

Por isso, eu sempre respondo alguma coisa tabelada, padronizada. "Sim, a expectativa é boa" ou "Sim, sempre dá um friozinho na barriga".

Só que essas respostas padronizadas dão a falsa ideia de que sou um idiota e de que todos meus amigos também são, por fazerem a mesma coisa.

Entendam uma coisa simples: eles (repórteres) sempre vão fazer a mesma pergunta, independentemente da resposta que eu der. Então, é simples: se a resposta não faz diferença, não há problema em sempre falar qualquer coisa padronizada.

Só que se vocês realmente acreditarem que uma pessoa é burra por causa disso... bem, não posso fazer nada, né?

Acho que já me expliquei mais do que deveria. Agora, se me dão licença, tenho que subir logo e ir fingir que canto o hino nacional.

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