domingo, 18 de julho de 2010

Putz!

"O quê que eu tô fazendo aqui?"
É uma pergunta que sempre repeti...

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(tô com esses dois versos sem contexto, pensando ainda em que poema vou usá-los. Mas gostei deles, estão bem a minha cara.)

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Já escutei umas garotas reclamando que se sentiam como artigos numa estante quando estão na rua. Aquela visão de produto de prateleira, que (só as vezes) tem o poder de dizer sim ou não, enquanto os seres de marte vão desfilando entre as várias prateleiras escolhendo, tentando pôr a mão, tentando pegar.
Putz, cara! Pior é ser um desses marcianos andando, escolhendo, tentando pegar...
Porque, sabe, não parece fazer diferença. Pior, não tem COMO fazer diferente nesses lugares.

Vou sintetizar a situação pra explicar melhor:

Imagina, desde o começo, uma garota de 16/20 e poucos anos, considerada 'normal', com seus amores platônicos, músicas bobas favoritas, que gosta das frases românticas do Fernando Caio Abreu e das reflexões ultrafemininas da Clarice Lispector, que não é linda, mas também não é derrota absoluta, e que tá solteira.

Imagina ela aí, às 8 PM, em casa, se arrumando.

Do outro lado coloca um rapaz com 16-20 anos, que gosta de futebol, ouve o que tá na moda, não é um gênio mas não nasceu bobo, se considera extrovertido e tá aí pra se divertir. Um cara 'normal' também.

Tá, ele também está na casa dele, terminando de comer alguma coisa pra ir pra rua.

Aí então os dois vão pra rua (ou Expo Cordeiro, ou festa, ou qualquer ambiente desse). Beleza, normal até agora. O cara vai, encontra uns amigos, aperta as mãos, pergunta qualé a boa, o pessoal chama ele pra beber pra "esquentar". A menina encontra as amigas, blá blá blá delas, e vão andar pela rua.

É nesse momento que a gente congela a cena.

Pega esses dois personagens e multiplica eles. Em cada multiplicação, é claro, vamos ter mais detalhes, adiciona os detalhes a vontade. Pronto, desenhamos a night.

Por intuito, dá pra supôr que basicamente tanto os rapazes quanto as garotas vieram fazer: se encontrarem e fazer os etcs e talz.

(Merda, essa explicação vai ficar longa demais.)

Deixa essa cena congelada aí, desse jeito.

Se eu te encontrar na rua, me chama pra conversar sobre ela, que aí podemos tentar descongela-lá com mais calma.

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Tranque o mundo num bolso e guarde-o em casa
Você não precisa do mundo
Você precisa é de compania
Tranque todo mundo
E tente arrumar uma saída
Você não precisa de mim
Mais do que eu precisaria

Entendeu a contradição?
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