segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sex-time

Vejo nos seus olhos
Enquanto você me encara
Cada tapa que já levou
Cada puxão de cabelo
Cada sussurro de "safada"
E não sei porque
Mas algo aí me entristece
É como se no fundo soubesse
Que o que você ganha de prazer
Perde de valor.

sábado, 26 de novembro de 2011

Mais um diálogo que só acontece na minha cabeça

E lá estávamos nós. Era um churrasco sem carne, desanimadíssimo, tocando pagode. Do lado de fora, alguns amigos jogavam conversa. Eu estava do lado de dentro, sentado no sofá, encarando uma tv desligada e pensando em qualquer coisa.
Ela (ela, sempre ela) passa na minha frente e pergunta com um tom sarcástico:

- E aí, gostando do programa que está vendo?

Respondo rindo:

- Aham, adoro ficar vendo o programa da minha vida.

- Programa da sua vida?

- É, ué. E tá passando um dos episódios mais engraçados agora.

- É mesmo? Qual episódio?

- O episódio que eu te conheço. Lembra como é?

- Xiii... isso tem muito tempo. Dez anos ou mais, né?

- É, por aí... mas e aí, você lembra?

- Mais ou menos...

Eu acabo dando uma golada na cerveja e cortando o assunto, olhando pra ela... acontece um daqueles silêncios que lembram brancos em hora de prova. Então, corto o silêncio repentinamente:

- Sabe o que é mais engraçado?

Ela:

- O quê?

- Parece que quase toda comédia imita a minha vida. Depois da parte engraçada, sempre vem o drama épico. Não acha?

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Pequena Teoria

Acho que algumas pessoas não falam de sentimentos porque sabem que falar de sentimentos é pedir pra tomar sermão de moral.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Spinning

E aí então começou a tocar U2.
Vertigo.

Ela começou então a sorrir. Ela gostou. Ela começou a fazer com gosto ao som das guitarras e da contagem castelã do Bono. A guitarra sinuosa fazia o ataque das notas característico do riff... Ela sorrindo, movendo os quadris acompanhando o compasso... Ela sorria como uma criança sorri ao brincar com bambolê, mas... Mas é claro, quando uma criança brinca, sabemos que lá no fundo, no fundo, há aquela coisa inocente que ninguém consegue imitar...

E na cabeça dela, enquanto ela sorria, ela vislumbrava o futuro. Em cada movimento, os quadris subindo e descendo, ela via ela mesma, linda, se transformando em beldade, perdendo todo os quilos que a incomodam, definindo as coxas, pernas, canelas, panturrilhas, abdômen... Em cada gota de suor que escorria pelo seu pescoço e respingavam, ela vislumbrava ela mesma. Bono seguia berrando "feeeeeeel", e ela baixava a cabeça, e sentia.

Sentia aquela mistura de dor no presente, amor pelo futuro, que acredito que leva todos a voltarem lá.

domingo, 2 de outubro de 2011

Enquanto você está dizendo:
"Tudo tem seu tempo"
Eu estou pensando
Em tudo que estou perdendo

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Instinto Feminino

Imagine-se deitada na cama. Com o homem da sua vida. É o clímax, o ápice, o topo: você acabou de chegar ao céu, ao limite do amor. No fundo, você sente que nasceu pra isso, que sua vida se resume a isso: estar ali, com ele.

Então ele encosta os lábios nos seus ouvidos, sussurando:

"Sabe... tem uma coisa que preciso te dizer..."

Você prende a respiração. Você pensa em dizer: "não diga", mas isso fica só no pensamento...

Ele faz uma pausa dramática. Você não sente se o coração dele está pulsando mais rápido ou não, mas consegue sentir que a mágica do momento vai desaparecer assim que ele disser o que tiver que dizer... sejam boas ou más as palavras dele...

"Sabe... no final das contas..."

Você consegue sussurar: "O quê?"

"No final das contas... tudo vira rotina"


Sinta-se assim:
Eu estou aqui.
Eu me sinto assim.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Dia - álogos

Ela:
- Não entendo essa necessidade da humanidade de se meter onde não deve...

Eu:
- Lógico que entende, moça. Quer que eu te prove?

Ela:
... (irritando-se)

Eu:
- Quer apostar?

Ela:
- Se eu disse que não entendo, não entendo. Porque você quer se meter até nisso? Você realmente acha que me conhece melhor que eu?

Eu:
- Não é isso... Mas enfim, eu tenho uma coisa pra te dizer, mas melhor deixar pra depois...

Ela:
- O que é?

Eu:
- Você não vai querer ouvir, ainda mais de mau humor...

Ela:
- Fala logo o que é!

Eu:
- Você quer mesmo ouvir?

Ela:
... (irritando-se profundamente)

Eu:
... (fazendo suspense)

Ela:
- E aí? Vai falar ou não?

Eu:
- Sentiu?

Ela:
- Senti o que?

Eu:
- A necessidade...

Ela:
- Para de me enrolar, droga!

Eu:
- Não tô te enrolando. Você começou tudo dizendo que não entendia a necessidade da humanidade de se meter onde não deve...
Então, com um pouquinho de sensibilidade, você vai reparar que você acabou de ser afetada por essa mesmíssima necessidade. Isso com uma frase boba. Imagina então com mistérios realmente importantes?

Ela:
- Mas isso não tem nada a ver! Primeiro, isso não é se meter onde não deve! Você falou que tinha que falar comigo, então tem a ver comigo, logo, não é se meter onde não deve. Segundo, quando eu falei essa frase, eu tava me referindo a outra coisa.

Eu:
- É mesmo? Que coisa?

Ela:
- Não é coisa que você deva se meter. Tá vendo?

Eu:
- Tô. Pois é, é o que tô querendo te explicar. Eu entendo essa necessidade. E você poderia também entender, mas você não quer...

Ela:
- Realmente não quero!

Eu:
- Essa necessidade tem a ver com mudar as coisas... Entende?

Ela:
- E você não pode mudar as SUAS coisas ao invés de querer mudar as OUTRAS coisas?

Eu:
- Pode, mas... se você só pensar em mudar as suas coisas, no final das contas, você vai descobrir que todo mundo te deixou sozinho pra não te atrapalhar.

Ela:
- É, mas se você só querer mudar as outras coisas, vão te deixar sozinho por ser muito fuxiqueiro!

Eu:
- Tá, tá bom, eu desisto.

Ela:
- Que bom.

Eu:
- Eu nunca vou conseguir explicar do jeito que eu queria. Apesar de todo meu esforço... então, ao invés de explicar, vou só te pedir: confia em mim. E confia em mim quando te digo que essa necessidade de se meter onde não deve não vem por maldade, e que não há motivo pra você ser tão contra ela...
Confia em mim: não sei explicar, mas sei disso.
E preciso que você também saiba.

domingo, 21 de agosto de 2011

Next go round

http://www.youtube.com/watch?v=Bb_1LkRyfZg

Pena que essa música é bem difícil de tocar e cantar. Porque ela é foda. Peguei hoje pra ouvir essa música de novo.

Vou dar uma tradução livre aí pra vocês terem uma ideia.

Next go round

Próxima a rodar

Eu quero fazer aquilo contigo até a hora que o sol vier
Até estarmos tão suados que nem vai dar pra ficar de pé
Eu quero fazer aquilo até quase cairmos no ar
E se nos pegarem fazendo nunca que íriamos parar

Eu quero fazer até o ponto dos vizinhos terem reclamado
De que ouviram alguém gritar e acharam que estávamos machucados
Quero ir até o ponto de seus pais pensarem que você está morta
E eles ligariam pra polícia, Cia e FBI baterem na nossa porta

(refrão)

Éééééééé! Vai ser até a luz acabar
Se segura que vai
Éééééééé! Vai ser até a perna bambear
Se prepara para mais
Ééééééeé! Vai ser de cair e levantar
Caia, suba e vá!
Éééééééé! Você é a próxima a rodar
E a ro-rodada é já!

Fecha as janelas, tranca a porta, deixa o fone no mudo
Qualquer coisa, não estamos em casa e esquecemos tudo
E curtiremos até a pilha do seu brinquedo acabar
Aí pegamos duas do controle remoto só pra continuar

Quero você coberta de gel e cheia de tesão
Então rolaremos por horas dentro do colchão
Quero você nua com sua meia-calça favorita
E faremos uma cavalgada que pra lei é proibida*

Éééééééé! Vai ser até a luz acabar
Se segura que vai
Éééééééé! Vai ser até a perna bambear
Se prepara para mais
Ééééééeé! Vai ser de cair e levantar
Caia, suba e vá!
Éééééééé! Você é a próxima a rodar
E a ro-rodada é já!


Nota* - De toda tradução, esse verso aí (na verdade, a estrofe inteira) é o que mais fica longe da versão original... Na versão original, ele fala algo de John Deere (provavelmente é uma gíria canadense)e algo como "cavalgar a lei".


Me salva

E se eu escrever:
"Me salva"
Na parede de sua casa
Na porta, na mesa
No teto, na cama
E aonde você olhar
E se eu escrever:
"Me salva"
No seu caderno,
Na sua frente
No seu lugar?

E se eu escrever
"Me salva!"
Dentro da sua mente?
De modo que o "Me salva!"
Gritasse, aparecesse, arrancasse
E fosse sangue escorrendo
Dentro de você

Você tentaria fugir, mas
"Me salva, me salva, me salva"
Seriam as únicas palavras
Que você conseguiria ouvir...
E aí?
Você me salvava?

sábado, 13 de agosto de 2011

Foi o que o diabo me disse uma vez,
Numa noite de carnaval
"Você seria muito mais útil
Se estivesse do lado do mal"

Strip Club

Sobe pequena,
Desce pequena,
Que a gente veio ver...

Vem pequena,
Me mostra, pequena
O que tu gosta de esconder...

Aproveita pequena,
Que você só tem dezesseis
E nessa idade,
Você é o sonho de todos os reis...

Sobe pequena,
Desce pequena,
Que a gente veio ver...

Vem pequena,
Me mostra, pequena
O que tu gosta de esconder...

Aproveita pequena,
Que você fez quinze esse mês
E nessa idade,
O que pagam vale por três...

Sobe pequena,
Desce pequena,
Que a gente veio ver...

Vem pequena,
Me mostra, pequena
O que tu gosta de esconder...

Aproveita, pequena
Os seus quatorze anos
Que nessa idade,
Eles já olham salivando...

Sobe pequena,
Desce pequena,
Que a gente veio ver...

Vem pequena,
Me mostra, pequena
O que tu gosta de esconder...

Aproveita,
Que aos seus treze, então
É só você passar,
E eles já morrem de tesão

Sobe pequena,
Desce pequena,
Que a gente veio ver...

Vem pequena,
Me mostra, pequena
O que tu gosta de esconder...

Aproveita, pequena,
Que é nos doze que se investe
E nessa idade,
Já imaginam você pagando um...

Sobe pequena,
Desce pequena,
Que a gente veio ver...

Vem pequena,
Me mostra, pequena
O que tu gosta de esconder...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Non Sense

Ele me disse que já não aguentava
Quando ia no banheiro
Havia um tubarão dentro da privada
Não dava tempo nem de gritar:
Ele olhava de novo, não estava lá

Ele me disse que já não esperava
Toda porta que ele atravessava
Saia logo depois em sua sala
E a vontade de fugir,
Era só vontade, mais nada.

Ele me disse que via
Aranhas carregando os móveis
Milhões de aranhas,
Atravessando corredores
E cada corredor revezava:
Ora cabeças mortas, 
Ora eram flores.

E o pêndulo era seu maior horror
Ele se distorcia para segui-lo
De um jeito tão difícil,
Que ele apelou pra seguinte descrição:
Era como ter os dois braços
Mas ver seu braço arrancado no chão.

No final, ele olhou pra mim
E disse:" e aí, você acredita?"
Virei meu copo de bebida
E o olhei, sem dizer.

Me dei conta então,
Que agi exatamente como você age
Quando te digo que é amor
Essa minha obsessão tão grave.





quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Um dia normal aos 27

Hoje eu vi o arco-íris. Amanhecia. Ainda bem, que apesar dos pesares, não associei ainda arco-íris com aliança com Deus, com homossexualidade, com gnomos e potes de ouro, nem nada disso. Pra mim, era só um arco-íris. Eu vi o arco-íris e tive vontade de beber.

Não tinha nada a perder, fui. Enquanto andava (Deus, deixe algum bar aberto), não resisti: imaginei ela acordando.

Ela deve levantar, ir no banheiro. Provavelmente vomitar lá, ou fazer aquelas coisas de mulheres grávidas. Então irá até a cozinha, lerá o recado que deixei: "Fui beber, LF". Bem, ela ainda estará com raiva, eu acho. Vai rasgar o papel, ou ignorá-lo completamente. Duvido que ela entenda que isso tem a ver com o fato de que ando triste: ela vai pensar na tristeza dela primeiro. Chorar talvez? Não sei. Acho que sim. Chorar e ligar pra mãe dela. Talvez ela sinta vontade de beber também e colocar nosso filho em risco. Mas ela vai resistir: nesse momento ela vai não quer se parecer comigo, e por sorte, consegui associar a ideia de que beber tem a ver comigo. Mas com certeza ela vai passar a mão em sua própria barriga, sentir aquela criaturazinha no ventre, pensar em alguma coisa a ver com beleza, e talvez chorar.

Não consigo imaginar o resto. Nem preciso, aliás: chego ao bar. Como uma piada de Deus, ele está fechado.

Sento na calçada. Quero não pensar em nada, mas não resisto: penso em voltar. Talvez ela me veja e atire umas facas com raiva. Talvez ela esteja dormindo, aí eu esconderia o bilhete e voltaria pro sofá.

Ainda quero beber. É uma merda chegar aos 27 e ser despedido. Ainda quero beber. Levanto e... volto pra casa dela. Não vou contar o que acontece quando eu chego: afinal, é só um dia normal, cara.

domingo, 17 de julho de 2011

Você realmente acha que eu não penso nisso? Ai, ai. Tão inocente, tadinha. Sempre, baby, sempre, que eu caio bêbado na cama, e olho pra porra do teto, eu penso nisso. Aquele mesmo pensamento sangrento: "Porra, Deus, eu sou a merda de um apaixonado, ou um doente? Um obsessivo?!"

E você acha que eu gosto disso? Cara, eu luto contra isso. Com tudo que posso. Copos de cerveja, doses de uísque, distrações cavalares com jogos inúteis, leitura, música, arte, literatura... Eu vou enfiando as coisas pela minha cabeça, pra ver se aquela máxima maluca da física, de que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço, vale de alguma coisa em matéria de amor...

Mas eu, mas eu... eu sei que estou errado. Por isso eu desacelero o passo, por isso eu abaixo a crista, por isso eu ignoro e acalmo. Por isso que eu não sei rezar: eu não preciso de palavras repetitivas e sem sentido pra ter paciência. A paciência vem - mal ou bem - ela me vem. Eu me acalmo, sossego, digo ok. Okay. Não é hora, não é. Somos amigos? Continuemos assim.

Aí a cama aperta, o teto roda, o terror cresce. Vai ser assim... pra sempre? Eu daqui, imaginando mil coisas, e você aí, fazendo s... blá, deixa pra lá.

Eu não sei o que estou fazendo aqui... acho que vou dar uma volta.
É, uma volta pelo mundo que não consegue competir com ti.

Pra segunda-feira

(eu)Se eu fosse, atrapalharia sua noite. Foi melhor não ir. =)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Se seu maior segredo não envolver sexo, morte ou algo sobrenatural, esqueça.

Pra Igreja da Pracinha

Sempre volto pra praça
Pra contemplar 
Essa catedral
Me sinto como um anjo 
Que foi expulso...
Mas só que,
Nunca fui expulso desse lugar
Eu simplesmente,
Não quis entrar...

domingo, 3 de julho de 2011

Sinuca de Terça

Eu sempre perco
Sempre pago
Mas são meus amigos
E quero me divertir um cado

Eu sempre perco
Quem perde paga
Mas são meus amigos
São meus amigos, cara

Hoje é terça,
Ela já diz "e daí?"
Hoje é terça,
E eu vou sair
Já tá marcado
Sinuca lá no Ely.

"Pra que você vai?
Você quer mesmo ir?"
São meus amigos, cara
"Ouça o seu pai,
Fica por aqui"
Já tô saindo de casa.

Algumas cervejas,
Algumas tacadas,
Eu sempre perco
Quem perde paga
Só assim tem graça

Algumas cervejas,
Algumas tacadas,
Sinuca de terça
Só assim tem graça
É a minha cara.

Depois eu volto,
Um pouco alegre,
Chutando o carpete
Sem querer.

"E aí?"
Bem, perdi
Quem perde paga
Mas são meus amigos,
São meus amigos, cara.

Eu sempre perco
Sempre pago
Mas são meus amigos,
E quero me divertir um cado.

Adaptação - Joy Division

Love will tear us apart

Quando a rotina nos devora
E a ambição anda sumida
Há ressentimento de sobra
E a emoção está perdida
Nosso caminho não é mais o mesmo
Estamos mudando, minha amiga

Amor,
O amor vai nos separar
Outra vez.

Naquela cama tão gelada
Você se vira e me deixa ali
Foi realmente minha falha?
Ou das coisas que não fiz?
Ainda há um jeito,
Algo nos manteve até aqui

Amor,
O amor vai nos separar
Outra vez.

Você se deita e chora
Eu vejo, e sinto desespero
Um maldito nó na garganta
E a culpa vai deixando seu peso
Era tão bom, mas só que
Não funciona mais, já que

Amor,
O amor vai nos separar...

O Confuso Caminho pra Casa

Eu tomo meu caminho pra casa
Nas asas de um tubarão
Na segurança de um não
No vórtex que nos lança
Sempre em direção
Da tal esperança...

Eu tomo meu caminho pra casa
Pego um atalho, calho de cair
Tem um bar logo ali,
Acho que vale a pena
Nem que seja só uma dose
Só um beijo, um cigarro
Uma tosse vermelha
E a certeza que tudo está bem.

Meu caminho pra casa
Sabe, sempre volto sozinho
E quando a luz acaba
E a tempestade aperta
E o frio ameaça
E o medo me congela
Eu lembro que estou sozinho
E que só, tenho que me virar
Nessas horas, eu lembro que não tem jeito
Mas me dá um desespero
Sozinho não,
Só não... xiii....
Eu te conto um segredo
Mas só se você descobrir
Porque esse poema acaba aqui.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Água mole, pedra dura
tanto bate até que essa porra de ditado não serve pra porra nenhuma.
Bate a cabeça na parede,
E descobre o que racha primeiro.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Clarity

Queria encontrar uma pessoa
Que pra ela meu não fosse não
E meu sim fosse só um sim
E que o não dela fosse não
E o sim, um sim pra mim
E que a clareza fosse essência
E que a coragem
Ao invés de ser exigência
Fosse exceção
Pronto, algo calmo...
Uma pessoa calma,
Que prefira lavar a alma
Do que os pratos da casa...
Uma pessoa calma,
Que calmamente me faça
Ser eu mesmo.

terça-feira, 24 de maio de 2011

A continuação que na hora eu não disse.

- Hmn... okay. o que eu não entendo é que do meu ponto de vista, estar contigo (no sentido além de amigos) seria a coisa mais incrível do mundo, e no seu ponto de vista, não.

E não seria assim, nada tão impossível. Sabe, eu já ando contigo, aprendo coisas contigo (tudo bem, são coisas como lavar pratos e cortar tomates e dançar forró, mas tá valendo) e converso contigo... a grande diferença, é que não teria essa coisa que me deixa tão sem graça... de não poder de abraçar quando preciso, de não poder te pedir carinho quando preciso, de não poder dizer que te amo quando preciso...

E eu vou morrer achando que você poderia ter dito sim.

Mas enfim...

Chantagem Emocional - Sou bom nisso

Se eu seguir meu coração
Amanhã acordo de ressaca
Se eu seguir meu coração
Faço uma declaração de amor
Se eu seguir meu coração
Fico com a dor que não passa...
Se eu seguir meu coração
Não vai dar em nada
Não vai dar em nada...

Por isso que eu digo
Que vou seguir seu coração
Você vai negar, eu vou insistir
Você vai desistir, eu vou ficar
Eu fico do seu lado
Eu fico por aqui...
E vou deixando a vida fluir.

Se eu seguir meu coração
Amanhã acordo lembrando
Que você disse não
Se eu seguir meu coração
Amanhã arrebento o portão
Antes de sair de casa
Se eu seguir meu coração
Vão encontrar metade de mim
Debaixo de um caminhão

Por isso que eu digo
Deixa eu seguir o seu...

domingo, 22 de maio de 2011

Descrevendo

O que cada pessoa faz quando está simplesmente esperando?

Eu não sei, mas eu olhava pra ela. Ela estava de olhos fechados. Não dava pra ver direito sua cabeleira, mas imagino que devia estar bem bagunçada embaixo do travesseiro e do edredon que a cobria. Eu, naquela falta do que fazer, do que pensar, ia olhando pra cada linha do rosto dela. Via o nariz pequeno e arrebitado dela, que estava um cadinho vermelho por causa do frio. Via o queixo triangular dela, as maçãs do rosto magras e fundas, algumas espinhas no rosto, algumas marcas... Via os lábios dela, que são finos, rosa-claro. Lábios daqueles que expressavam bem como a dona era; não sei porque, mas na hora, associei aquilo com a imagem de uma menina forte, daquelas que parecem ter mais facilidade em andar a cavalo do que escolher uma roupa da moda. Sei lá, ela também não era bem assim.

De qualquer maneira, com certeza, os olhos dela diziam mais que qualquer outra parte do rosto. Pena que estavam fechados.
Mas mesmo assim, eu sabia como eram os olhos azuis-esverdeados dela.
Tinham uma coisa de surpreendente, porque sempre que ela olhava pra comentar algo, ou às vezes, só olhava pra rir, aqueles olhos pareciam fazer um tipo de telepatia, que dava pra perceber o que ela queria dizer sem ela mesmo ter dito.

Okay, isso é um pouco de exagero. É claro, eu, mero mortal, não faço a mínima ideia do que se passava na cabeça dela. Mas tinha essa clara sensação de que poderia entender fácil, que tava escrito nos olhos dela...

Foi quando esse misto de certeza e dúvida começaram a se mesclar na minha cabeça enquanto olhava pra ela, que decidi levantar e parar com aquilo. Fui pro banheiro, joguei água no rosto e sai de lá.

E na minha cabeça, um pensamento só:

"Deixa isso pra lá..."

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Insegurança - Nossa!

Eu queria era só escrever que insegurança tem cura
Mas que com certeza não vai ser curada
Só com esses exemplos babacas que esfregam na minha cara
De que pode dar certo, de que tem que ser enfrentado
De que a vida é mais que esses pedaços de dia
Que vou catando pelo chão enquanto passo...

Não sei, queria te dar forças,
Queria que você me desse um abraço.
Queria te dizer pra ficar tranquila
Pra não pensar no futuro, que já tenho tudo preparado
Mesmo que por dentro eu esteja desesperando
Mesmo que por dentro
Eu já tenha perguntado:
E aí, isso vai durar até quando?

E algumas vezes, queria que você fizesse o mesmo por mim...

domingo, 24 de abril de 2011

Quanto mais me distancio disso aqui, quanto mais tempo fico longe, mais difícil fica.

Coloquei um disco animado pra tocar. Engenheiros, sabe? O disco se chama "Dançando no campo minado". Até me animou pra qualquer coisa. Bem, tenho brincado de política num jogo, e as primeiras músicas desse disco são músicas políticas, de discussão.

"Um fim-de-semana em outro mundo pode ser a salvação...
Pode ser loucura acreditar que ainda exista salvação..."

Deixo o disco tocando. Queria falar algo sobre a sensação que tenho de não conseguir nem mesmo mudar um mundo virtual de menos de 2 mil jogadores (brasileiros), mas... deixa isso pra lá.


"A hora da verdade...
A idade da razão...
A diferença...
Do que se pensa...
Do que se faz..."

Rota de colisão. Essa música tem uma história que eu sempre lembro. Quando fazia faculdade lá no CEDERJ, o pessoal voltava numa van da prefeitura, e tinha um motorista que já estava velhinho. Daqueles que já deveriam ser se aposentado, e que não tinha nada a perder. Nada mesmo.
Super costumava dizer: " - Ele já não deve meter, acelerar é o que deve dar tesão nele agora". Bem, não era com essas palavras que Super dizia isso, mas era algo assim.

Em um certo final de semana, voltávamos de prova. Na van normalmente tocava uns forrós malucos durante o trajeto, mas naquele dia tinha calhado de tocar Engenheiros na rádio. Não sei o que houve naquela noite, mas nosso motorista estava mais inspirado que o normal no quesito acelerar. E, numa certa altura, tinha duas carretas (del pozzo, se não me engano) na nossa frente. Eis que ele acelera, pra ultrapassar as carretas.

Ah, cheguei a falar que era uma curva?
Adivinha no que isso ia dar?
E Gessinger cantava:
"Isso nos coloca... em rota de colisão".

Eu lembro da expressão da Lorena, do tipo "fuuuu"... e o pessoal apreensivo. Mas, milagrosamente (por falta de palavra melhor) nosso motorista conseguiu ultrapassar as carretas sem causar um acidente. Lembro que Super e Bernardo começaram a rir, depois que o cagaço passou.

É, apesar de associar a música com um dia em que quase morri... foi um dia divertido.

Ponto de partida ou ponto.

Sabe quando o tempo te sacaneia?

Quando você olha pra trás
E se vê olhando pra trás outra vez.
E assim, repetidamente, você vai vendo
Seus reflexos todos olhando pra trás
Uma estrada de "eus", ou vocês
Olhando pra trás, atrás de quê?
Ah, um ponto de partida. Ou ponto.

Pronto, cheguei de novo
Onde decido se estou
No ponto de partida
Ou ponto.

sábado, 19 de março de 2011

Eu voltei pr'aqui não era pra escrever poemas
Mas foi só isso que consegui...
Veja, queria escrever, mas acordei tão poético
E enquanto penso em você, ouço dizer
Que você anda se despindo só por tédio
...

...

;/

quinta-feira, 3 de março de 2011

Eu sei que isso não precisava ter acontecido. Era só eu dizer que estava bem, e que estava animado, e logo logo estaríamos lá, numa mesa qualquer, falando qualquer coisa.

Mas aconteceu, né?

Eu não ando muito bem. Que coisa, né?
Mas você nem merecia isso, você disse que estava bem.
Me desculpa se fui rude, foi sem querer.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Mas eu ainda sonho.

Hoje tive um sonho bom. Tão tranquilo, que espero não esquecer do sonho nem tão cedo.
Foi um sonho bem simples... Eu acordava (no sonho, não literalmente) e ia pra fora da minha casa... manhã, coisa de ser 6 horas da manhã, ainda com o dia nublado, do jeito que era na época que eu estudava no ensino médio. E esperava. Esperava ela aparecer. Não demorava nem cinco minutos (era uma espera, mas o sonho não ficava nessa espera, mas eu sabia que tinham se passado cinco minutos) e ela me ligava...

- Bom-dia! Ah... vem aqui me buscar?
- Vou, vou... onde você tá?

Não lembro o que ela respondia, mas logo depois eu encontrava ela. Ela, linda, linda e com cara de quem acabou de acordar. Os cabelos dourados um pouco bagunçados, e os olhos azuis cercados por uma olheirazinha engraçada, a mochila com uma alça só no ombro, preguiçosa.

Eu a abraçava, beijava a testa dela, e dava um beijo de esquimó dizendo bom-dia e "tudo bem?". Ela sorria, me olhando nos olhos. E estava tudo bem...

Aí aparecia um pessoal (amigos dela, eu acho) e eu andava com ela de mãos dadas até o lugar que ela e o pessoal pegavam um ônibus. Durante o caminho, conversávamos sobre coisas cotidianas, não lembro direito o que era. Aí quando o ônibus chegava, ela se despedia e ia embora.
Mas era aí que vinha a parte bonita mesmo do sonho.
Eu ia pra casa. O dia virava (novamente, no sonho passava na hora, mas eu sabia que tinha demorado um dia inteiro).
E eu acordava de manhã, do mesmo jeito.
E ela, de novo, estava lá.
No dia seguinte, de novo.
E assim o sonho foi, umas cinco ou seis vezes, até eu acordar de manhã durante a vida real. E até fui pra fora, pra ver se não acontecia de não ter sido só um sonho.

Mas... né...

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ô criatividade que me falta

Mr. Jones (versão adaptada pro português - ainda com a métrica precisando de ajustes)

Shalalalalala

Eu estava num bar em Amsterdã... olhando uma loira linda
E o Mr.Jones tentava conversar com uma morena dançarina
Ela rebolava enquanto o pai dela mandava ver na guitarra
Perigosamente bela... todos procuramos uma beleza dessa
Quem me dera eu tivesse a sorte de estar com ela
Então venha dançar no silêncio até chegar a hora
Shalalalalala! Yeah!

Vamos, Maria! Mostre-me essa dança espanhola
Me dá um gole disso, Mr. Jones!
Acredite em mim... Me ajude a acreditar
Porque eu sou um cara... que tenta acreditar.

Mr. Jones e eu... contamos histórias um pro outro
Olhando pras moças lindas, enfim....
"Ela está te olhando... ah não, está é pra mim."
Sorrindo no meio das luzes ofuscantes
Do som estéreo
Quando todos te adoram...
Não se pode ficar sozinho, né?

Vou me desenhar um dia... em preto, vermelho, azul e cinza
Tentando ressaltar o que cada cor significa
Sabe, cinza é minha cor favorita... é tão significativa
Se eu conhecesse Picasso, arrumaria uma guitarra assim
E tocaria até o fim do dia.

Mr. Jones e eu... olhamos pro futuro de vez em quando
Olhamos pras moças lindas, enfim...
"Ela está te olhando... ah, não, esta é pra mim"
Ficando no centro das luzes ofuscantes
Eu e minha guitarra cinza
Quando todos te adoram...
Não se pode ficar sozinho...

Não se pode, não posso
Ficar sozinho...
Não posso.
Quero ser um leão... todos se fazem de gatos
Todos queremos ser estrelas...
Sempre por motivos tão abstratos.

Acredita em mim... porque não acredito em mais nada.
E eu queria poder acreditar.

Mr. Jones e eu... olhamos pra televisão.
E eu só queria conseguir me ver lá... estar me vendo
Todos queremos brilhar, não sabemos como, não sabemos porquê.
Mas se todos me adorassem, eu seria feliz...
Tão feliz quanto eu poderia ser.

Mr. Jones, um dia seremos grande estrelas...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Inventei uma oração

É que eu não sei rezar
E eu bem que queria
Mas eu não conseguia
Como se grava algo
No qual não se acredita?
E eu não acreditava
Ao falar certas palavras
A língua sempre trava

Então... inventei.
Enquanto bebia,
Inventei,
Algo pra me proteger
Não sei do quê...

Mas enfim...
A oração era assim:
"Deus, abençoe minha cabeça
Que amanhã eu acorde
E amanhã eu esqueça"

Inventei uma oração
Agora, só falta inventar o amor
E uma profissão.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Faço hora desenhando
E tirando o fato
De que não sei desenhar
Até que me distraio...
Faço duas linhas
Que desencontram
Escrevo ao lado:
"Por quê?"

Daqui a dez anos
Achando esses rabiscos
Você vai achar
Que eu estava
Pensando em você...

E, olha, sendo sincero
Eu não estava
Não sou sempre amor
Só queria ir pra casa.

Eu queria ir pra casa.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Sobre os bêbados

Algumas pessoas quando bebem demais choram. Outras, viram valentes. Outras, abraçam todos e se tornam mega amigos. Outras falam toda a verdade.

E eu? Quando bebo, eu vivo.

E não sei se isso é problema ou solução.

Mas eu deveria ter dito.

Que não adiantava de nada ela dizer que eu sou um ótimo cara, se vou ficar sem ela.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Porque, afinal, quantas pessoas dizem "Até que a morte nos separe" pra uma garrafa de cerveja?

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Cenas Vívidas

Quatro da madrugada.

Em outras madrugadas, seria sinônimo de estar bebendo sozinho, pensando em alguém.

Mas dessa vez, era sinônimo de ouvir a voz dela no meu ouvido:

- Você não vai me magoar, vai?

Demorei a responder...

- Vou tentar não magoar. - cabei dizendo.

- Tentar? Isso não foi convincente. - ela, ainda sussurando.

- Ah... é que...

É que prometer é o primeiro passo pra magoar. Mas eu não queria dizer isso pra ela.


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Mini-álcool-poema

No final das contas
Como um anjo, ela abre as asas e se afasta
De mim... nefasta...
E vou mais fundo que posso
Não alcanço o inferno
Que, infelizmente, espero
Encontrar...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

- Rapá - ele virou o resto do copo de cerveja dele - um poema serve pra tudo. Tudo. Esse pessoal fica acusando a poesia de ter morrido... "Morreu, já não serve pra nada". Se chegou ao ponto de servir por uma causa só, não é um poema, é argumento.

- Hmn... - virei o resto do meu copo também.

- Quer um exemplo? Vê só a tragédia que aconteceu lá na Região Serrana. Acabou com tudo, encheu de lama a merda toda. E enquanto o pessoal trabalhava, você acha que quais palavras consolariam eles? Poemas novos, falando inteiramente sobre a tragédia? Ou versos já conhecidos, agora com outro significado?

- Sei não. Depende de cada um, não?

- Não, não depende. Essa é a única generalização que me permito fazer: Todos precisam de algum "para sempre" e "para tudo". O álcool trás isso de vez em quando, o amor trás por um preço muito alto e a poesia está lá, significando tudo que pode.

Olhei pra ele... ele soluçou e perguntou: "Entende?"

Não respondi, mas entendi. Legião, eu ouvi Tempo Perdido essa noite.

"Nosso suor sagrado... é bem mais belo que este sangue amargo." nunca tinha feito tanto sentido.

E até criei um personagem, só pra falar sobre isso.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Meu Reveillón

Não vim falar da tragédia
Mas a tragédia veio falar de mim
Mandou um oi - cartão de natal

Olá meu bem, olá.
Passei a noite pensando em você
Passei por aqui - foi sem querer -
Te ver sentado sozinho
Com seu copo, sua desilusão
Seu violão, sua canção.

Sabe como é, sinta saudade
O mais leve que puder
Já passou, está passando
E vai passar...
São as melhores frases
Pra falar de eternidade.

Já passou, está passando
E vai passar.
Já se foi, está indo
Está quase lá.

MInha tragédia, venha.
Sente-se aqui
Não quero conversar sozinho a noite toda
Não quero acordá-la, nem matá-la de preocupação
Mas, não estou bem não...
Acho que não.

E assim, passou mais um reveillón.