segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Faço hora desenhando
E tirando o fato
De que não sei desenhar
Até que me distraio...
Faço duas linhas
Que desencontram
Escrevo ao lado:
"Por quê?"

Daqui a dez anos
Achando esses rabiscos
Você vai achar
Que eu estava
Pensando em você...

E, olha, sendo sincero
Eu não estava
Não sou sempre amor
Só queria ir pra casa.

Eu queria ir pra casa.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Sobre os bêbados

Algumas pessoas quando bebem demais choram. Outras, viram valentes. Outras, abraçam todos e se tornam mega amigos. Outras falam toda a verdade.

E eu? Quando bebo, eu vivo.

E não sei se isso é problema ou solução.

Mas eu deveria ter dito.

Que não adiantava de nada ela dizer que eu sou um ótimo cara, se vou ficar sem ela.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Porque, afinal, quantas pessoas dizem "Até que a morte nos separe" pra uma garrafa de cerveja?

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Cenas Vívidas

Quatro da madrugada.

Em outras madrugadas, seria sinônimo de estar bebendo sozinho, pensando em alguém.

Mas dessa vez, era sinônimo de ouvir a voz dela no meu ouvido:

- Você não vai me magoar, vai?

Demorei a responder...

- Vou tentar não magoar. - cabei dizendo.

- Tentar? Isso não foi convincente. - ela, ainda sussurando.

- Ah... é que...

É que prometer é o primeiro passo pra magoar. Mas eu não queria dizer isso pra ela.


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Mini-álcool-poema

No final das contas
Como um anjo, ela abre as asas e se afasta
De mim... nefasta...
E vou mais fundo que posso
Não alcanço o inferno
Que, infelizmente, espero
Encontrar...

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

- Rapá - ele virou o resto do copo de cerveja dele - um poema serve pra tudo. Tudo. Esse pessoal fica acusando a poesia de ter morrido... "Morreu, já não serve pra nada". Se chegou ao ponto de servir por uma causa só, não é um poema, é argumento.

- Hmn... - virei o resto do meu copo também.

- Quer um exemplo? Vê só a tragédia que aconteceu lá na Região Serrana. Acabou com tudo, encheu de lama a merda toda. E enquanto o pessoal trabalhava, você acha que quais palavras consolariam eles? Poemas novos, falando inteiramente sobre a tragédia? Ou versos já conhecidos, agora com outro significado?

- Sei não. Depende de cada um, não?

- Não, não depende. Essa é a única generalização que me permito fazer: Todos precisam de algum "para sempre" e "para tudo". O álcool trás isso de vez em quando, o amor trás por um preço muito alto e a poesia está lá, significando tudo que pode.

Olhei pra ele... ele soluçou e perguntou: "Entende?"

Não respondi, mas entendi. Legião, eu ouvi Tempo Perdido essa noite.

"Nosso suor sagrado... é bem mais belo que este sangue amargo." nunca tinha feito tanto sentido.

E até criei um personagem, só pra falar sobre isso.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Meu Reveillón

Não vim falar da tragédia
Mas a tragédia veio falar de mim
Mandou um oi - cartão de natal

Olá meu bem, olá.
Passei a noite pensando em você
Passei por aqui - foi sem querer -
Te ver sentado sozinho
Com seu copo, sua desilusão
Seu violão, sua canção.

Sabe como é, sinta saudade
O mais leve que puder
Já passou, está passando
E vai passar...
São as melhores frases
Pra falar de eternidade.

Já passou, está passando
E vai passar.
Já se foi, está indo
Está quase lá.

MInha tragédia, venha.
Sente-se aqui
Não quero conversar sozinho a noite toda
Não quero acordá-la, nem matá-la de preocupação
Mas, não estou bem não...
Acho que não.

E assim, passou mais um reveillón.