quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Instinto Feminino

Imagine-se deitada na cama. Com o homem da sua vida. É o clímax, o ápice, o topo: você acabou de chegar ao céu, ao limite do amor. No fundo, você sente que nasceu pra isso, que sua vida se resume a isso: estar ali, com ele.

Então ele encosta os lábios nos seus ouvidos, sussurando:

"Sabe... tem uma coisa que preciso te dizer..."

Você prende a respiração. Você pensa em dizer: "não diga", mas isso fica só no pensamento...

Ele faz uma pausa dramática. Você não sente se o coração dele está pulsando mais rápido ou não, mas consegue sentir que a mágica do momento vai desaparecer assim que ele disser o que tiver que dizer... sejam boas ou más as palavras dele...

"Sabe... no final das contas..."

Você consegue sussurar: "O quê?"

"No final das contas... tudo vira rotina"


Sinta-se assim:
Eu estou aqui.
Eu me sinto assim.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Dia - álogos

Ela:
- Não entendo essa necessidade da humanidade de se meter onde não deve...

Eu:
- Lógico que entende, moça. Quer que eu te prove?

Ela:
... (irritando-se)

Eu:
- Quer apostar?

Ela:
- Se eu disse que não entendo, não entendo. Porque você quer se meter até nisso? Você realmente acha que me conhece melhor que eu?

Eu:
- Não é isso... Mas enfim, eu tenho uma coisa pra te dizer, mas melhor deixar pra depois...

Ela:
- O que é?

Eu:
- Você não vai querer ouvir, ainda mais de mau humor...

Ela:
- Fala logo o que é!

Eu:
- Você quer mesmo ouvir?

Ela:
... (irritando-se profundamente)

Eu:
... (fazendo suspense)

Ela:
- E aí? Vai falar ou não?

Eu:
- Sentiu?

Ela:
- Senti o que?

Eu:
- A necessidade...

Ela:
- Para de me enrolar, droga!

Eu:
- Não tô te enrolando. Você começou tudo dizendo que não entendia a necessidade da humanidade de se meter onde não deve...
Então, com um pouquinho de sensibilidade, você vai reparar que você acabou de ser afetada por essa mesmíssima necessidade. Isso com uma frase boba. Imagina então com mistérios realmente importantes?

Ela:
- Mas isso não tem nada a ver! Primeiro, isso não é se meter onde não deve! Você falou que tinha que falar comigo, então tem a ver comigo, logo, não é se meter onde não deve. Segundo, quando eu falei essa frase, eu tava me referindo a outra coisa.

Eu:
- É mesmo? Que coisa?

Ela:
- Não é coisa que você deva se meter. Tá vendo?

Eu:
- Tô. Pois é, é o que tô querendo te explicar. Eu entendo essa necessidade. E você poderia também entender, mas você não quer...

Ela:
- Realmente não quero!

Eu:
- Essa necessidade tem a ver com mudar as coisas... Entende?

Ela:
- E você não pode mudar as SUAS coisas ao invés de querer mudar as OUTRAS coisas?

Eu:
- Pode, mas... se você só pensar em mudar as suas coisas, no final das contas, você vai descobrir que todo mundo te deixou sozinho pra não te atrapalhar.

Ela:
- É, mas se você só querer mudar as outras coisas, vão te deixar sozinho por ser muito fuxiqueiro!

Eu:
- Tá, tá bom, eu desisto.

Ela:
- Que bom.

Eu:
- Eu nunca vou conseguir explicar do jeito que eu queria. Apesar de todo meu esforço... então, ao invés de explicar, vou só te pedir: confia em mim. E confia em mim quando te digo que essa necessidade de se meter onde não deve não vem por maldade, e que não há motivo pra você ser tão contra ela...
Confia em mim: não sei explicar, mas sei disso.
E preciso que você também saiba.

domingo, 21 de agosto de 2011

Next go round

http://www.youtube.com/watch?v=Bb_1LkRyfZg

Pena que essa música é bem difícil de tocar e cantar. Porque ela é foda. Peguei hoje pra ouvir essa música de novo.

Vou dar uma tradução livre aí pra vocês terem uma ideia.

Next go round

Próxima a rodar

Eu quero fazer aquilo contigo até a hora que o sol vier
Até estarmos tão suados que nem vai dar pra ficar de pé
Eu quero fazer aquilo até quase cairmos no ar
E se nos pegarem fazendo nunca que íriamos parar

Eu quero fazer até o ponto dos vizinhos terem reclamado
De que ouviram alguém gritar e acharam que estávamos machucados
Quero ir até o ponto de seus pais pensarem que você está morta
E eles ligariam pra polícia, Cia e FBI baterem na nossa porta

(refrão)

Éééééééé! Vai ser até a luz acabar
Se segura que vai
Éééééééé! Vai ser até a perna bambear
Se prepara para mais
Ééééééeé! Vai ser de cair e levantar
Caia, suba e vá!
Éééééééé! Você é a próxima a rodar
E a ro-rodada é já!

Fecha as janelas, tranca a porta, deixa o fone no mudo
Qualquer coisa, não estamos em casa e esquecemos tudo
E curtiremos até a pilha do seu brinquedo acabar
Aí pegamos duas do controle remoto só pra continuar

Quero você coberta de gel e cheia de tesão
Então rolaremos por horas dentro do colchão
Quero você nua com sua meia-calça favorita
E faremos uma cavalgada que pra lei é proibida*

Éééééééé! Vai ser até a luz acabar
Se segura que vai
Éééééééé! Vai ser até a perna bambear
Se prepara para mais
Ééééééeé! Vai ser de cair e levantar
Caia, suba e vá!
Éééééééé! Você é a próxima a rodar
E a ro-rodada é já!


Nota* - De toda tradução, esse verso aí (na verdade, a estrofe inteira) é o que mais fica longe da versão original... Na versão original, ele fala algo de John Deere (provavelmente é uma gíria canadense)e algo como "cavalgar a lei".


Me salva

E se eu escrever:
"Me salva"
Na parede de sua casa
Na porta, na mesa
No teto, na cama
E aonde você olhar
E se eu escrever:
"Me salva"
No seu caderno,
Na sua frente
No seu lugar?

E se eu escrever
"Me salva!"
Dentro da sua mente?
De modo que o "Me salva!"
Gritasse, aparecesse, arrancasse
E fosse sangue escorrendo
Dentro de você

Você tentaria fugir, mas
"Me salva, me salva, me salva"
Seriam as únicas palavras
Que você conseguiria ouvir...
E aí?
Você me salvava?

sábado, 13 de agosto de 2011

Foi o que o diabo me disse uma vez,
Numa noite de carnaval
"Você seria muito mais útil
Se estivesse do lado do mal"

Strip Club

Sobe pequena,
Desce pequena,
Que a gente veio ver...

Vem pequena,
Me mostra, pequena
O que tu gosta de esconder...

Aproveita pequena,
Que você só tem dezesseis
E nessa idade,
Você é o sonho de todos os reis...

Sobe pequena,
Desce pequena,
Que a gente veio ver...

Vem pequena,
Me mostra, pequena
O que tu gosta de esconder...

Aproveita pequena,
Que você fez quinze esse mês
E nessa idade,
O que pagam vale por três...

Sobe pequena,
Desce pequena,
Que a gente veio ver...

Vem pequena,
Me mostra, pequena
O que tu gosta de esconder...

Aproveita, pequena
Os seus quatorze anos
Que nessa idade,
Eles já olham salivando...

Sobe pequena,
Desce pequena,
Que a gente veio ver...

Vem pequena,
Me mostra, pequena
O que tu gosta de esconder...

Aproveita,
Que aos seus treze, então
É só você passar,
E eles já morrem de tesão

Sobe pequena,
Desce pequena,
Que a gente veio ver...

Vem pequena,
Me mostra, pequena
O que tu gosta de esconder...

Aproveita, pequena,
Que é nos doze que se investe
E nessa idade,
Já imaginam você pagando um...

Sobe pequena,
Desce pequena,
Que a gente veio ver...

Vem pequena,
Me mostra, pequena
O que tu gosta de esconder...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Non Sense

Ele me disse que já não aguentava
Quando ia no banheiro
Havia um tubarão dentro da privada
Não dava tempo nem de gritar:
Ele olhava de novo, não estava lá

Ele me disse que já não esperava
Toda porta que ele atravessava
Saia logo depois em sua sala
E a vontade de fugir,
Era só vontade, mais nada.

Ele me disse que via
Aranhas carregando os móveis
Milhões de aranhas,
Atravessando corredores
E cada corredor revezava:
Ora cabeças mortas, 
Ora eram flores.

E o pêndulo era seu maior horror
Ele se distorcia para segui-lo
De um jeito tão difícil,
Que ele apelou pra seguinte descrição:
Era como ter os dois braços
Mas ver seu braço arrancado no chão.

No final, ele olhou pra mim
E disse:" e aí, você acredita?"
Virei meu copo de bebida
E o olhei, sem dizer.

Me dei conta então,
Que agi exatamente como você age
Quando te digo que é amor
Essa minha obsessão tão grave.





quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Um dia normal aos 27

Hoje eu vi o arco-íris. Amanhecia. Ainda bem, que apesar dos pesares, não associei ainda arco-íris com aliança com Deus, com homossexualidade, com gnomos e potes de ouro, nem nada disso. Pra mim, era só um arco-íris. Eu vi o arco-íris e tive vontade de beber.

Não tinha nada a perder, fui. Enquanto andava (Deus, deixe algum bar aberto), não resisti: imaginei ela acordando.

Ela deve levantar, ir no banheiro. Provavelmente vomitar lá, ou fazer aquelas coisas de mulheres grávidas. Então irá até a cozinha, lerá o recado que deixei: "Fui beber, LF". Bem, ela ainda estará com raiva, eu acho. Vai rasgar o papel, ou ignorá-lo completamente. Duvido que ela entenda que isso tem a ver com o fato de que ando triste: ela vai pensar na tristeza dela primeiro. Chorar talvez? Não sei. Acho que sim. Chorar e ligar pra mãe dela. Talvez ela sinta vontade de beber também e colocar nosso filho em risco. Mas ela vai resistir: nesse momento ela vai não quer se parecer comigo, e por sorte, consegui associar a ideia de que beber tem a ver comigo. Mas com certeza ela vai passar a mão em sua própria barriga, sentir aquela criaturazinha no ventre, pensar em alguma coisa a ver com beleza, e talvez chorar.

Não consigo imaginar o resto. Nem preciso, aliás: chego ao bar. Como uma piada de Deus, ele está fechado.

Sento na calçada. Quero não pensar em nada, mas não resisto: penso em voltar. Talvez ela me veja e atire umas facas com raiva. Talvez ela esteja dormindo, aí eu esconderia o bilhete e voltaria pro sofá.

Ainda quero beber. É uma merda chegar aos 27 e ser despedido. Ainda quero beber. Levanto e... volto pra casa dela. Não vou contar o que acontece quando eu chego: afinal, é só um dia normal, cara.