segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Dia - álogos

Ela:
- Não entendo essa necessidade da humanidade de se meter onde não deve...

Eu:
- Lógico que entende, moça. Quer que eu te prove?

Ela:
... (irritando-se)

Eu:
- Quer apostar?

Ela:
- Se eu disse que não entendo, não entendo. Porque você quer se meter até nisso? Você realmente acha que me conhece melhor que eu?

Eu:
- Não é isso... Mas enfim, eu tenho uma coisa pra te dizer, mas melhor deixar pra depois...

Ela:
- O que é?

Eu:
- Você não vai querer ouvir, ainda mais de mau humor...

Ela:
- Fala logo o que é!

Eu:
- Você quer mesmo ouvir?

Ela:
... (irritando-se profundamente)

Eu:
... (fazendo suspense)

Ela:
- E aí? Vai falar ou não?

Eu:
- Sentiu?

Ela:
- Senti o que?

Eu:
- A necessidade...

Ela:
- Para de me enrolar, droga!

Eu:
- Não tô te enrolando. Você começou tudo dizendo que não entendia a necessidade da humanidade de se meter onde não deve...
Então, com um pouquinho de sensibilidade, você vai reparar que você acabou de ser afetada por essa mesmíssima necessidade. Isso com uma frase boba. Imagina então com mistérios realmente importantes?

Ela:
- Mas isso não tem nada a ver! Primeiro, isso não é se meter onde não deve! Você falou que tinha que falar comigo, então tem a ver comigo, logo, não é se meter onde não deve. Segundo, quando eu falei essa frase, eu tava me referindo a outra coisa.

Eu:
- É mesmo? Que coisa?

Ela:
- Não é coisa que você deva se meter. Tá vendo?

Eu:
- Tô. Pois é, é o que tô querendo te explicar. Eu entendo essa necessidade. E você poderia também entender, mas você não quer...

Ela:
- Realmente não quero!

Eu:
- Essa necessidade tem a ver com mudar as coisas... Entende?

Ela:
- E você não pode mudar as SUAS coisas ao invés de querer mudar as OUTRAS coisas?

Eu:
- Pode, mas... se você só pensar em mudar as suas coisas, no final das contas, você vai descobrir que todo mundo te deixou sozinho pra não te atrapalhar.

Ela:
- É, mas se você só querer mudar as outras coisas, vão te deixar sozinho por ser muito fuxiqueiro!

Eu:
- Tá, tá bom, eu desisto.

Ela:
- Que bom.

Eu:
- Eu nunca vou conseguir explicar do jeito que eu queria. Apesar de todo meu esforço... então, ao invés de explicar, vou só te pedir: confia em mim. E confia em mim quando te digo que essa necessidade de se meter onde não deve não vem por maldade, e que não há motivo pra você ser tão contra ela...
Confia em mim: não sei explicar, mas sei disso.
E preciso que você também saiba.

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