segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O Policial

Como alguém se torna policial? Da polícia militar?

A história dele pelo menos era essencialmente simples. Ele completou o ensino médio, prestou o concurso dois anos depois, conseguiu ser aprovado.

Era essa a resposta-padrão que Marion dava quando perguntado pelos outros.

Mas claro, ele também fazia essa pergunta pra si mesmo algumas vezes. Uma pergunta que todo mundo faz pra si mesmo, a não rara mas ainda profunda "como cheguei até aqui?".

E a resposta que ele dava pra si mesmo era bem diferente. Começava com ele novo, apanhando. Apanhando. E apanhando. Ele cresceu assim. Quando tava errado, eram os pais que batiam. Quando estava certo, eram os garotos burros da rua com raiva. E algumas vezes, apanhava por motivo nenhum. Apanhava até quando, sacaneando, nego chamava ele de Marião, por causa do nome de batismo dele. Ele ainda lembra disso. Isso ainda ressoa com a mesma pressão dos versos da roda de capoeira onde ele aprendeu a se defender.

"Não bate na criança
Que um dia a criança cresce
Quem bate não lembra
Mas quem apanha nunca esquece"

E ele foi aprendendo. Dormia pensando em meia-luas e martelos. Sonhava coisas adolescentes; garotas e vingança.

Marion foi crescendo, também.
Logo fez 16, logo entrou no ensino médio, na academia, nas rodas de cerveja. Conheceu mais gente. E agora, ao invés de apanhar, ele brigava. De igual pra igual.

Até o dia que viu uma arma. Não viu o tiro, só foi ameaçado por um muleque menor, mas que já estava envolvido com a criminalidade.

E Marion?

Marion descobriu então o que queria pro futuro dele.

Justiça. Assim que ele chamava isso que queria. Pra gente, podemos dizer que era uma arma mesmo.

Um ano depois, o mesmo muleque foi encontrado morto. Dívida com o tráfico.

Marion então soube em qual dos times armados ele queria jogar.

Rapaz inteligente e com vigor físico, tentou duas vezes o concurso ao terminar o ensino médio. Uma assim que acabou e outra dois anos depois. Passou na segunda.

Esse é o Marion. Defensor da justiça. Sentiu a dor na pele. Odeia valentões.

E ele encontrou, uma vez, o Dan.

sábado, 28 de agosto de 2010

Under the effect of CC- F, of The Ancient Dragons

O sol ia fazendo curva.
"Curva", pensa sozinho
O sujeito passando
Por onde não se deve passar.

E tem ecos, ele percebe
Olha pra sua cara de afobado
Na imagem que o afiado facão resplandece
"Engraçado", pensa sozinho
Acha engraçado mas não sorri.

E o sol termina
Foge dali
"Isso, fuja de mim"
Ele pensa pro sol
E pra vítima
Que não tem pra onde fugir.

- x -
Ps: Se Gogó continuar do jeito que tá, ele vai terminar assim ein!
Eu tento ser bom e não consigo
Tudo que faço escondido
Me condena
E não sei se é pior
Que você sinta ódio disso
Ou sinta pena.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sonhando com gente famosa parte II

E, pra complementar os sonhos famosos, ontem apareceu num sonho meu o Humberto Gessinger. Ele tava num trio elétrico (!) fazendo shows relâmpagos por várias cidades. Desse eu não lembro dos diálogos, mas sei que eu falava alguma idiotice, e ele virava e dizia algo como "cara, você me conhece, mas eu não sei quem é você não, beleza? então não aja como se fosse meu amigo porque você parece um idiota".

E eu ficava o resto do sonho arrependido e acordei até me sentindo arrependido por em sonhos ter sido um idiota com o H. Gessinger, do Eng.Haw.

Ah é, e teve um sonho com a Stéph também, mas esse eu vou contar só pra ela. Ela deve achar engraçado, porque começa bem inusitado e cheio de...

Sonhando com gente famosa

Começava num show.

Eu estava com algum colega meu (acho que era Lucca) em uma apresentação de uma banda cover. Falávamos de coisas que não aconteciam com as pessoas normais. E citávamos, brincando, esse concursos com bandas grandes de "conheça a banda" ou "passe um dia com a banda tal" que pareciam ser completamente fajutos.

Terminando isso saíamos de cena. Eu estava andando com meu irmão Zaca agora, voltando pra casa, passando por uma praia.

Eis que encontramos o Robert Plant (!), o Jimmy Page(!!!) e uma equipe de gravação de um programa igual esses que estávamos sacaneando lá no show.

Eu, apesar de estar incrédulo e desconfiado como quase sempre estou, vou lá falar com a equipe de gravação pra perguntar se não é possível eu pedir um autógrafos nos caras, né?

(eles estavam novos ainda, como nos anos 70)

Então o Robert Plant nota que eu estava falando com o câmera e pergunta "Who're them?". Eu me adianto e respondo: "Hi, I'm your fan, and please, you could play football with me?"

(ps: Ainda lembrei que na terra que eles eram britânicos e que na terra da rainha se diz Football ao invés de Soccer, como é nos Usa)

Robert Plant respondeu: "Well, why not? Do you know how to play?"
Eu respondo: "Yeah. But we need more one player for both teams". R.Plant então grita "Hey, Jimmy, come here!" E o Jimmy Page (!!!) chegava rindo bem do jeitão J.Page de ser.

Separávamos dois golzinhos de chinelo na praia (bem ao jeitão que eu fazia na infância)e o Plant dizia: "Hey, boy, I'll play on your team, ok? What's your name?"

Eu não respondia, apenas balançava a cabeça concordando com ele. O Jimmy Page então puxaca o Zaquinha pro lado dele e falava com ele alguma coisa. Zaca só ficava com cara de assustado, de quem não estava entendendo nada.

Aí o Plant fala um pouco mais; "Take care here. Don't try nothing unusual and just shoot forward in my direction". Apesar de ter achado isso meio ofensivo pela parte dele, apenas concordo, impressionado ainda com o fato de estar prestes a jogar bola com dois caras do Led Zeppelin!

Começa a partida, tem vários passes errados, o Plant tentando driblar o Page toda hora e o Jimmy Page só rindo. Eles quase fazem 1x0, mas eis que o próprio J.Page (!) evita o gol, e ele muda pro meu time do nada e os times passam a ser eu e o J.Page vs R.Plant, meu irmão zaca e um outro cara (acho que era o Lucca).

Num lançamento meu, o J.Page fica sozinho com o gol e faz 1x0 pra gente. Nesse momento ele vem pra comemorar, eu dou um toque de mão com ele de camarada e exclamo "Yeaah! Nice one!".

Aí olho prestando atenção nele, eu sério, e digo:

"Cara, mas fala sério, isso é um sonho, não é?"
O Jimmy Page me olha rindo e responde: "É!"
Eu continuo falando:
"Porque olha só, ninguém encontraria o Led Zeppelin assim."

O Jimmy Page dá uma gargalhada amigável e fala:
"É, é um sonho mesmo. Mas até você merece ter uns sonhos bons de vez em quando, né?"

Dessa vez eu que dou risadas. E o J.Page continua:

"Pois bem, antes de você acordar, queria só te dar uma ajuda. Você pergunta pra si mesmo o que é pior. O seu pior, sabe qualé? O medo."

-x-

Depois disso, acordo. Estou deitado no chão da casa da minha avó e tem algo errado. Tento levantar e começa a bater um desespero que meu corpo não me responde. Eu vou me apoiando na parede (tem gente deitada no chão da sala da casa da minha avó Teresa e acho que minha família toda tá lá) com cuidado pra não pisar em ninguém. Vou me apoiando na parede quando, mesmo no escuro, vejo meu reflexo numa parede e vejo minha mão esquerda toda empolada, cheia de bolhas e inchada. Tento gritar, não consigo, começo a ficar mais e mais desesperado e aí o meu irmão Léo aparece. Falo com ele: "Léo, olha minha mão!" e o Léo só dá uma gargalhada maligna e me puxa. Ele enfia minha mão debaixo duma torneira e a liga. Sinto uma puta dor, e afasto com um tipo de telecinese o Léo de perto e desligo a torneira.

Léo ri mais com outra gargalhada do mal e fala: "É, não tem jeito."
Eu falo: "Léo, por favor, me ajuda!"
Ele responde: "É, vou te ajudar."

Ele pega um facão. Me vejo refletido na lâmina do facão.

Ele faz o movimento.

Aí acordo, de acordar mesmo.

Sentindo a mão esquerda dormente.

- x -

Sonhei isso na noite de quinta-feira, dia 12, pra sexta-feira 13. Anotei no caderno quando acabei de ter o sonho, pra ficar bem fiel.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ab' sismo

Um abismo.
A pergunta não é sobre pular.

A pergunta é:
Quando você vai olhar pra trás
E entender porque querem te empurrar?

Cinismo.

Um abismo, sempre tem que ter um abismo.
( A queda assim é mais bonita.
Cair em poças e ralar o joelho
Mesmo que seja mais realista
Não causa mais medo.)
A pergunta não é pular.
Cair no abismo não é a encrenca.
O problema começa
Quando quem está pra te empurrar
Vira as costas e vai embora.

E você fica por lá.
Sem cair no abismo.

Mas sem entender também
Porque está tão sozinho.

Agora quero sangue
Quero a guerra
Quero a festa em alto astral!
Felicidade fatal
Dia seguinte, feridos no chão
Ferimentos abertos
Ressaca em excesso
E não quero ser exceção.

Lá na frente, o abismo
Imagina só.

Porque se não imaginar
Vai ser pior.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Entrevista com

(direto do ctrl+c ctrl+v)

L.F. (8) diz:
*okay então... Jess, boa-noite ;)

"Jess Mululo" But you choose 'death and company' diz:
*xD

L.F. (8) diz:
*(pula apresentações e intro sobre sua vida e obra)

"Jess Mululo" But you choose 'death and company' diz:
*ahuhaa
*boa noite.

L.F. (8) diz:
*Enfim... seus textos parecem ser muitos inspirados em relacionamentos... esse tipo de inspiração vem de maneira auto-biográfica ou a Jess é bem diferente das Fabianas e Maribelles dos seus contos?
*(já viu o repórter inexperiente, do CQC? huaihsiuahiushiahisuhai tô me sentindo meio repórte inexperiente que nem do quadro, ahusihaushaihsiah)

"Jess Mululo" But you choose 'death and company' diz:
*Creio que as personagens que escrevo são um Eu ideal que crio. mesmo nas imperfeições, eu penso as imperfeições ideais.
*( e eu to me sentindo participando de uma grande ironia. tipo.. vamos entrevistar a pessoa bebada caida da rua pra ver o que ela fala! xD )

L.F. (8) diz:
*( =/) Esse Eu ideal... o que nele mais te faz bem e o que nele mais te incomoda?

"Jess Mululo" But you choose 'death and company' diz:
*o que me faz bem é como ele parece saber o que está fazendo, cmo ele parece saber onde está, em que se encaixa.
*e o que me incomoda... é como, mesmo assim, por mais que tente fazê-lo se encontrar, ele continua perdido.

L.F. (8) diz:
*Como surgiu esse seu Eu ideal? Quão remota é a sua lembrança desse seu Eu ideal? Você pensava nisso quando era criança?

"Jess Mululo" But you choose 'death and company' diz:
*não sei. acho que acabei de notá-lo.
*e quando eu era criança... bem, não sei também... talvez eu não penssasse muito. eu acho que vivia mais.
**pensasse

L.F. (8) diz:
*Das suas personagens, você tem alguma favorita?
"Jess Mululo" But you choose 'death and company' diz:
*mas como? todas são a mesma.

L.F. (8) diz:
*Alguma coisa que você já escreveu já lhe causou arrependimento?

"Jess Mululo" But you choose 'death and company' diz:
*não...até mesmo os texots mais rídiculos.
**ridículos

L.F. (8) diz:
*Seus personagens femininos costumam ser mais intensos e profundos do que os masculinos... isso é um coincidência ou apenas reflexo daquilo que você observa?
*uma*

"Jess Mululo" But you choose 'death and company' diz:
*acho que é uma verdade que observo.

L.F. (8) diz:
*você prefere escrever os textos em 3ª pessoa ou em 1ª pessoa? E na sua opinião, quais são as diferenças mais significativas em mudar a perspectiva de 1ª pra 3ª pessoa?

"Jess Mululo" But you choose 'death and company' diz:
*quando digo 'eu', normalmente as pessoas imaginam eu mesma, Jéssica. quando na verdade, gostaria que elas lessem e imaginassem o eu delas... e quando diga ele/ela é quando gostaria que as pessoas entrassem intimamente da atmosfera inatingível de uma outra pessoa, mas que se torna possível, através da narrativa.
*mas não sei qual prefiro. 'depende do momento.

L.F. (8) diz:
*( vai lá, vai dizer que você não tá entrando no clima de entrevistada do mês? :P)

"Jess Mululo" But you choose 'death and company' diz:
**na atmosfera
*( hahahahahahah.. depois um tempo a gente acostuma. xD )

L.F. (8) diz:
*Qual dos seus textos você considera o mais difícil de ter sido escrito?

"Jess Mululo" But you choose 'death and company' diz:
*o conto de terror que vc me pediu. XDD
*e que no final, não saiu um conto de terror. rsrsrs

L.F. (8) diz:
*:P Você gosta de ler outros autores/bloggers da atualidade?

"Jess Mululo" But you choose 'death and company' diz:
*gosto. o seu blog eu sempre leio. e o de ricardo também.

L.F. (8) diz:
*O que você espera receber de volta ao escrever? Um elogio, um comentário, uma crítica, que tipo de reação você espera de quem lê?

"Jess Mululo" But you choose 'death and company' diz:
*eu gosto quando as pessoas falam alguma coisa. as vezes parece que escrevo para ninguem. é bom ver que algumas pessoas leem, se importam...
*qualquer coisa, qualquer sinal de 'vida', eu gosto.


- x -

A entrevista ficou com cara de incompleta, mas foi porque ela na hora teve que sair do msn.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Não esqueça que

Criar tem tudo a ver com tentar.

Acho que Felipe tinha que ter entendido isso. Só isso.

Ah, e porque falar nisso? Nada demais, tava ouvindo "o trovador solitário", que são gravações caseiras do R.Russo (algumas até toscas) e passa a impressão que o Renato tinha entendido isso.

Aí lembrei do Felipe.
Porra, essa hora eu poderia estar ouvindo aquele gordo maldito, se eu tivesse a opção.

domingo, 15 de agosto de 2010

Eu te escuto.

Posso dizer isso.

E vou falar com o vento.
Porque é o que você quer.

Agora me diz: "Não. Você entendeu errado."

Que... que eu usarei aquela frase linda do Quintana:

"Quando um leitor não entendeu o que o escritor quis dizer, é porque um dos dois é burro."

Alter Ego

Se todo mundo tem um defeito
O meu defeito é parecer
Eu pareço com todo mundo que conheço
Porque não?

Dizem que é desvio de personalidade
(mas como? se só usei da sinceridade.)
Disseram que é falta de atitude
(mas como? você quer que eu mude?)
E eu, mudo, não quero.

Eu pareço com Bernardo quando bebo
E chego em casa xingando cedo
Eu pareço o Super achando engraçado
As histórias e contos desse sábado

Pensou no mundo
E ficou com raiva de mim?
Pareço com o mundo:
Às vezes também sou ruim.

Pareço com Nec quando não quero
E com o Gogó reclamando sério
E até com o Suel, nem sei como mas pareço!
(naão... parecer com o Suel é exagero)

É o meu defeito...
Pareço com a música que ouço
Pareço com o subentendido que entendo
Parece que sou louco
Só porque pareço com o que invento.

Pareço meus irmãos
Porque não?
E com tudo que sou parecido
Eu poderia chegar ao infinito!

Sou tão parecido com todo mundo
Que olha que coincidência:
Pareço
Pareço
Parece que fui eu mesmo.

E ser você mesmo não tem nada a ver
E sou punido
E essa é minha punição:
Sempre que eu falar de mim
Vai ser parecido com uma confissão.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Vieux

Eu ia te dizer
Que antes de morrer
Quero ter um abraço seu
Só que sempre achei
Que te dizer isso
Ia mexer demais contigo

Mas dessa vez escapou
E não quero que você
Fique pensando nisso

Guarda como um segredo
Porque pelo jeito
Não vai fazer sentido
Você está feliz demais
Pra se entristecer comigo

Há coisas erradas
Há derrotas
E quando você pensa
Que está perto da vitória
Há viradas

Isso não é a vida
Isso é a maneira de perceber
Que por mais que você tenha pressa
Um dia sentirá
O mundo rodar devagar
Mas nem sempre terá
Alguém pra sentir
Isso contigo

Deixa tudo voltar ao normal
Que o sabor de sal na boca
Não é o seu destino
É só um momento

Um
Maldito
Momento

Do mesmo jeito
Que eu quis escrever
O que por um momento
Senti apenas por você.

- x -

Uma poema de dois anos atrás. Queria postar alguma coisa que escrevi há algum tempo... Esse aí mandei como um depoimento uma vez.

Reler, mas só daqui x anos.

Tudo que quero(...lie!) nesse momento é escrever. Mas é vaidade minha, lamento.

A vaidade, ah, a vaidade. Quantos significados essa palavra tem.
Hoje escreveria só pra agradar, hoje eu escreveria só pra chamar atenção, hoje eu não teria valores.

Nem nenhuma missão.

Hoje é só vaidade. Se nas patricinhas vaidade é ter roupas novas, comigo é só mostrar uma idéia ridícula com cara de sabedoria. Vaidade: polir uma estátua vazia só pra dizer que é minha.

A culpa é minha. E isso também é vaidade.

Não há nada que eu possa fazer. A culpa é sua.

(cinco segundos de desvio e eu já tô falando disso... =X)

Vaidade, da mesma vaidade que faz a moça elogiada rebolar mais ao andar. Vaidade demais pode matar. Que o diga os donos dos assobios que ecoam quando ela passa.

Vaidade de músico é não errar nota e fazer coisas complicadas. Vaidade de escritor é enrolar o leitor.

( e o assunto ameaça desviar de novo...)

- x -

Para Luiz Fernando, quando você for reler isso num futuro distante,

Caro L.F. , por favor, entenda que esse embromation é pura sinceridade baseada num conselho de uma moça... E o conselho foi um "escreva, apenas escreva e depois não releia, deixe fluir."

E se você por um acaso não se lembrar quem era a moça, saiba que você, L.F. do futuro, se tornou um idiota. Porque ela merecia ser lembrada, quase sempre =X

Do seu não tão querido amigo, L.F.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Não adianta

Não adianta, não adianta, não adianta... deixa eu repetir não adianta até...

Até eu entender que não adianta.


Não sei porque falar em ajuda
Eu não estou ferido
Só não estou tão vivo
Quanto estava antes.

Não adianta falar em culpa
Você procura os culpados
Apenas pra não desculpá-los
Isso é desesperante...

Porque eu... não adianta.
Eu não me convenço.
Nem venço sua solidão.

Me ajuda?

É a última vez que peço.

Não adianta, não adianta, não adianta... deixa eu repetir que...
Tá aí. Não quero ir.
Não quero beber.
Não quero isso hoje.

Vou decepcionar muita gente.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Ou você termina o poema por mim.

Mas não quero falar nisso. Isso não vai acontecer.

Sabe o que podia acontecer?

Podiam matar uma dúvida minha.

É o seguinte. Eu queria saber de quantas pessoas que fazem empréstimos num banco, qual a porcentagem que sai bem-sucedida e qual a porcentagem de pessoas que se fodem muito.

Poderia ser um levantamento como algum estudo crítico sobre como é covarde a principal maneira dos bancos de obterem lucro.

Como fazer isso, pra matar minha dúvida? Ah, fiquei pensando nisso também. Os bancos (pelo menos creio que) mantém um registro do empréstimo feito. A receita federal mantém também um registro das declarações de IR. Bastava pegar os registros de pessoas falecidas (aí não seria quebra de sigilo, certo?) e seus descendentes em relação ao IR, e comparar o aumento/diminuição do IR em relação a antes/depois do empréstimo feito. E levantar uma estatística para % de ganhos e perdas em relação aos 5 anos seguintes do empréstimo.

Poderia até incrementar essa estatística, com detalhes como porte do empréstimo (pequeno pra até R$10.000, médio pra entre R$10.000 e R$100.000 e grandes pra acima de R$100.000) e casos de abertura/falência de empresas (acho que isso pode ser conseguido através do CNPJ. pelo menos, abertura de empresa. E novamente, acessar dados de pessoas falecidas não é crime, é?)

Só pra matar a curiosidade. Porque tem coisa que com números se consegue a resposta.

Um dia ainda termino esse poema

Pra mim desespero tem outro significado
"Quê que eu tô fazendo aqui?"
É que é frase de desesperado.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Let me start with a poem e terminar pedindo uma coisa...

Backspace sound
Was the only thing I found
That night, in my room

No, there's nothing more.
It's just the same round
Whatever it's happen underwater
Or overfloor
Or on the nextdoor

It's again.
Myself against...
Against what?
The walls, the falls, the troubles?
No, it's not possible.
That I just have to fight
With the kind that don't desire.

It's again... myself against.
Against what?
Against the backspace sound
That's what I always found
When I'm searching for you

- x -

Ela estava. Só. Estava.
Ele se aproximou e perguntou:
- Posso te pedir uma coisa?
Ela, tão naturalmente, respondeu:
- Pode.
Ele, então, devolveu:
- Casa comigo?

E ela prendeu um grito...

E acordou arfante. Olhou pro teto, de sua cama.
"Ainda bem que era só um pesadelo", pensou. E ficou pensando no significado estranho desse pesadelo, de alguém querer casar com ela.

E ele?

Ele não soube do sonho, mas foi escrever. Ele não soube dos desejos dela, mas foi escrever. E ele não soube o que escrever, mas... era algo que ele queria. Tinha uma gritante queimação no peito dele, e ele achou que escrever curaria.

As pessoas sempre acham isso, que escrever resolver. Cantar resolve. Beber resolve. Esquecer resolve.

Estou escrevendo e não tá resolvendo nada.
Eu ainda tô com esse incômodo,de que fiz algo errado. De que não deveria ser assim... e de que sinceramente...

Sinceramente?

Esse incômodo no peito é só um "Wish you were here."

Tão simples que parece até banal.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Muitos Palavrões

É, há momentos em que releeio o que escrevo e tenho a impressão que exagero com palavrões; apesar de algumas vezes apenas "transcrever" as falas (quando são personagens baseados em pessoas), acaba tendo tantos xingamentos que chega a ser chato.

( e além dos palavrões, ainda tem as gírias e tiques dignas dum carioquês.)

Me disseram uma vez que quando não se tem o que falar, xinga-se. Vou maneirar um pouco mais em relação aos palavrões. Mas é só pra não causar a impressão errada.

Porque existe uma relação entre imprensa/impressão. E existe uma relação entre imprensa e atenção.

E atenção é a minha heroína. Preciso mais dela do que de mim.

domingo, 1 de agosto de 2010

Aventureiro, aventureiro.

Tem um sujeito muito figura bem na nossa frente... tá vendo?
Presta atenção, ó só. A roupa desconjuntada (um jeans sujo, com camisa social branca amarelada de velha e abotoada, esse jalecão marrom que ele tá por cima disso tudo, não, não, isso é um jaleco, não é um sobretudo. Ou é um sobretudo? sei lá, também não entendo de moda)e os cabelos oleosos despenteados e essa barba em fiapos. Esse olhar meio doido dele, de quem tá fingindo ser vesgo só pra sacanear, é assim mesmo.

Olha só.

- Que tu qué? - perguntou-lhe o barman.

O barman olhava esse figura que tá na nossa frente de cabo-a-rabo, tava na cara que o barman não tinha ido com a cara desse sujeito. Mas também, não é culpa do barman. O cara era um aventureiro. E aventureiro tem que se arriscar o tempo todo, seja provocando os homens, seja desafiando a natureza.

STOP ALL!

Aventureiro tem que fazer isso mesmo? Pera só um segundo, deixa eu puxar o nosso aventureiro aqui rapinho pra fora da cena pra perguntar nele.

(trava a cena. Freeze!)

Vem cá, seu infeliz. Isso, isso. destrava tudo. Agora, aventureiro...

- Oi? Que quê eu tô fazendo aqui?

Rapá, relaxa. Só quero te fazer uma pergunta, depois te devolvo pro teu mundinho de merda.

- Hã, mas o quê? Que porra é essa?

Aqui, pera, daqui a pouco te respondo o que você quiser... mas primeiro, deixa eu te perguntar. Aventureiro tem que fazer essas coisas mesmo, de sempre desafiar, sempre quebrar tabus, sempre provocar?

- Hã? Aventureiro? Se tá maluco porra? Que eu que tô fazendo aqui? Quem é você?

Etâ porra. Cala a boca! Só porque você é um personagem que eu tirei de contexto, pra te fazer uma pergunta, você vai ficar de frescura dizendo que não tá entendendo nada, é?

- ...


Okay, melhor assim. Agora, de novo. Você que é aventureiro, me diz: Os aventureiros tem que sempre fazer isso mesmo de quebrar tabus, correr riscos, desafiar a natureza, provocar a aventura sempre?

- Cara, olha só, você pegou o sujeito errado. Eu não sei do que você tá falando.

Puta que pariu ein! Não adianta perguntar nada nos meus personagens, eles tem hora que fazem de conta que não sabem quem eu sou ¬¬"

Será que era assim com outros escritores?