sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Adiando o Encontro

O policial vai encontrar o muleque, vai brigar, vão discutir, não vai ser emocionante, vai ter lição de moral, vai ser uma anti-lição, vai ser uma coisa babaca, que antes parecia uma boa ideia, vai sair nesse fim de semana, quando eu tiver café e paciência e música tocando, assim que vai ser.

Tá nessa ou não tá?

(como um sinal de vida faz falta)

Tô ficando maluco, não quero falar mais nessa história.

Queria vê-la. Revê-la.

(como um sinal de vida... faz falta)

Hoje esqueci meu talento, lembrei do meu maior defeito e fui escrever.
Você não conhece meu talento, conhece? Você me conhece? Se você me conhece, me detenha, segura minhas mãos, não deixe elas se moverem e fazerem as palavras aparecerem assim.

Não queria que esse espaço fosse um desperdício. Mas acaba sendo, quando eu olho e me convenço de que é assim que é. Eu releeio (desperdício) que escrevi (desperdício) e não soube (desperdício) dizer na hora (desperdício) na cena (desperdício) você indo embora (desperdício) e ficou nisso.

Ah...

Deixa eu reconstruir a cena... tinha uma rodoviária, era cedo.
" O que você tá fazendo aqui?"
"Não sei."

Deixa eu cortar esse não sei e dizer outra coisa. Não era isso, eu sabia o que tava fazendo. Seguindo os dedos, o coração, o instinto, a alma, o inferno que seja lá como você chame isso.

Essa coisa de ir, por querer ir. De ver, pra ver, só pra ver.



Mas...

Ah, a cena não morre aí. Quatro horas depois, um beijo na nuca, um abraço, outra despedida. A cena poderia ter sido um simples beijo e um "por favor, fica".

Mas...

E um café. E ela. E uma pergunta.

"Algo que você queira comentar?"

O mundo pra comentar, eu só tenho um mundo inteiro de comentários. Eu já sei porquê, mas quero saber porquê. Quero perguntar se vai ser assim, quero perguntar no que você pensa quando diz "ele me lembra você. você parece com ele". É exagero, tanto exagero, que dá vontade de dizer "me abraça" até mesmo quando você tá me abraçando. Quando vocês estão me abraçando.

E esse sentimentalismo vai, eu ainda faço um texto em homenagem a duas músicas dos Ecos Falsos. "Sobre ser sentimental" e "Nada não".


Pro inferno. Saiu grande demais, e não é nada demais.

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