segunda-feira, 19 de abril de 2010

And poems, maybe, don't hurt at all.

Sem definir nada

Era uma roleta russa.
A mesma filosofia:
Um tiro, uma só opção.
Mas veja bem
Ao invés de arma
A roleta que roda
Trata de um coração

A roleta dá um giro:
Uma nova direção.
O coração tenta um tiro:
Som de trituração.
Aquela resposta
Que sem dizer nada
Diz que não.

A roleta dá um giro:
Agora tudo tem som
Como se cada suspiro
Fosse uma nova opção
E assim se faz um mapa
Cada "não!"
Agora é opção
E não se descarta.

E a roleta dá outro giro:
Agora o som pertuba
Como se cada opção
Fosse um grito
Querendo toda atenção.
E assim, a roleta
Parece ser um relógio
Onde cada ponteiro
É uma fronteira
Contra o mais óbvio

E a roleta gira:
Marcando meia-noite
Bem no meio do dia.
E cada ponteiro
É uma armadilha

E a roleta gira:
E em cada armadilha
Uma prisão
E cada ponteiro
Agora é um prisioneiro
Dentro dessa confusão.

A roleta dá um giro:
Agora eu te digo
Você realmente acha
Que eu gosto disso?
Dessa sensação de giro
De estar perdido
Bem na linha de tiro
Onde cada disparo
Ao invés de deixar ferido
Deixa mais claro:

Nunca estarei contigo
Enquanto você não me parar
E disser que basta de giros.

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